Presidente da República condecora Sebastião da Gama a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou Sebastião da Gama a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem da Instrução Pública, numa cerimónia realizada a 10 de abril, dia do centenário do seu nascimento, no Palácio de Belém.

A distinção foi entregue ao seu sobrinho-neto, Pedro Urbano, ao lado dos familiares do poeta, do presidente da Associação Cultural Sebastião da Gama, Lourenço de Morais, e do bispo de Setúbal, o cardeal D. Américo Aguiar.

A Ordem da Instrução Pública destina-se a galardoar altos serviços prestados à causa da educação e do ensino.

Recorde-se que em 1993, o poeta da Arrábida, já tinha sido condecorado com a Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, pelo Presidente da República, Mário Soares. Ambas as distinções têm em conta a importância do seu legado poético e pedagógico.

Sebastião da Gama nasceu em 10 de abril de 1924 em Vila Nogueira de Azeitão. Poeta e professor português, licenciou-se em filologia românica, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, em 1947 e colaborou nas revistas Mundo Literário (1946-1948), Árvore e Távola Redonda.

A sua obra encontra-se ligada à serra da Arrábida, onde vivia e que tomou por motivo poético (desde logo no seu livro de estreia, Serra-Mãe, de 1945). Uma carta sua, enviada para várias personalidades, a pedir a defesa da Serra da Arrábida, constituiu a motivação para a criação da LPN Liga para a Proteção da Natureza, em 1948, a primeira associação ecologista portuguesa.

No dia 10 de junho de 2021, foi inaugurada em Vila Nogueira de Azeitão, a Casa-Memória Joana Luísa e Sebastião da Gama, destinada a preservar a memória e a obra do poeta da Arrábida. Escreveu diversos livros de poesia e prosa, fazendo referência ao seu Diário, um interessantíssimo testemunho da sua experiência como docente e uma valiosa reflexão sobre o ensino.