Criado em 1973, o Eurobarómetro analisa a evolução da opinião da população de todos os Estados-Membros da União Europeia (UE) sobre diversas questões europeias. Esta sondagem ajuda a UE na preparação de políticas, na tomada de decisões e na avaliação do trabalho desenvolvido.
Neste sentido, o Eurobarómetro do outono de 2023, publicado pelo Parlamento Europeu, centrou-se na temática das eleições europeias de 2024 e mostra um apoio contínuo dos cidadãos à UE e um maior interesse nas mesmas. Mais de sete em cada dez europeus consideram que o seu país beneficiou com a adesão à EU e os principais motivos indicados são o contributo para a manutenção da paz e para o reforço da segurança (34%), e a melhoria da cooperação entre Estados-Membros (34%).
Entre a população portuguesa, 82% dos inquiridos acreditam que as ações da UE têm impacto no seu dia-a-dia, em contrapartida com 70% dos europeus que partilham a mesma opinião. Mais de um terço dos cidadãos da UE considera que a luta contra a pobreza e a exclusão social (36%), bem como a saúde pública (34%), devem ser os temas prioritários para o PE. Em seguida, surgem ações contra as alterações climáticas, o apoio à economia e a criação de novos empregos (ambos com 29%), com a migração e o asilo (18%) a ocuparam a nona posição. Em Portugal, os valores são mais elevados: 56% dá prioridade à luta contra a pobreza e a exclusão social, seguido pelo apoio à economia e criação de empregos (55%). Com um aumento de 8 pontos percentuais desde o inquérito de março, a prioridade seguinte é a saúde pública (53%).
Tal como refletido nas prioridades políticas, as dificuldades socioeconómicas continuam a afetar muitos europeus, embora os indicadores tenham melhorado ligeiramente ao longo dos últimos seis meses: 73% dos inquiridos (menos 6 pontos percentuais do que na primavera de 2023) acreditam que o seu nível de vida irá piorar no próximo ano. Esta tendência verifica-se também em Portugal, com uma descida para 83%. Mais de um terço dos europeus (37%) e mais de metade dos portugueses (64%) têm, por vezes ou na maior parte das vezes, dificuldades em pagar as contas.
Com as eleições europeias no horizonte, a maioria dos europeus (53%) deseja que o PE desempenhe um papel mais importante, uma opinião que é maioritária em 21 dos Estados-Membros, incluindo Portugal (61%). No panorama das eleições europeias, a maioria dos europeus (57%) está interessada nestas próximas eleições, um resultado estável em comparação com a primavera de 2023 (+1 ponto percentual), mais 6 pontos acima do outono de 2018, igualmente seis meses antes das eleições europeias. Os portugueses dizem estar interessados nas eleições europeias (52%), o que representa um aumento de 9 pontos face a 2018.
Sessenta e oito por cento dos europeus provavelmente iria votar se as eleições em questão se realizassem dentro de uma semana, enquanto 57% dos inquiridos em Portugal responderam que votariam caso as eleições europeias tivessem lugar na semana seguinte ao inquérito.
Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, afirma que “a democracia nunca deve ser tomada como garantida. Devemos protegê-la e preservá-la, votando. Todos os votos para as próximas eleições europeias são importantes”.
Nota: Inquéritos realizados pela empresa Verian entre os dias 25 de setembro e 19 de outubro de 2023 nos 27 Estados-Membros da UE. No total foram realizadas 26 523 entrevistas. Em Portugal, o inquérito foi realizado entre 28 de setembro de 2023 e 15 de outubro de 2023.
Por Cátia Nunes, do Europe Direct AML