Clemente lança CD “Só nós dois”

Clemente lançou a 14 de outubro o CD “Só nós dois” que conta com 13 canções, sendo onze regravações de grandes sucessos como “Marinheiro”, “Mentira, mentira” ou “Uma noite à beira mar” e dois originais da autoria do popular cantor setubalense, numa edição da País Real. “Só nós dois”, que dá título ao CD e “Nas ruas desta cidade” revelam a nova faceta de Clemente, de autor e compositor dos dois temas.

Florindo Cardoso
Setúbal Mais – Como surgiu a hipótese de lançar este novo CD?
Clemente
– Este trabalho discográfico surge na sequência do grande sucesso do CD “Reflexos” que ultrapassou todas as expetativas. Ao apercebermo-nos que o público continua tão interessado no meu repertório clássico, canções que fui gravando ao longo de 52 anos, o responsável pela editora País Real, Paquito Rebelo, decidiu fazer mais um disco com alguns dos meus grandes sucessos e que estão na lista dos mais vendidos. De realçar “Mentira, mentira”, “Marinheiro”, “Sinto amor no ar”, “Glória”, “Um dó li tá”, “Uma noite à Beira mar”, uma das canções mais descarregadas no Spotify, sendo para mim uma surpresa, ultrapassando o “Vais partir”. Depois, quis trazer algum ar de frescura, e escrevi duas canções para este CD, “Nas ruas desta cidade” e “Só nós dois”, que dá título ao disco, sendo autor e compositor, um processo onde vou avançando. Como o disco sai em outubro, já próximo do Natal, e como no ano passado lançamos em suporte digital “O rapaz do tambor”, mas muito do meu público ainda não está familiarizado com o digital, decidimos incluir o tema neste CD. É já um cheiro à época natalícia pelo que será uma excelente prenda de Natal.


Setúbal Mais – Estes grandes sucessos têm uma roupagem nova?
Clemente
– Sim. Todas as canções foram gravadas novamente com arranjos de Américo Machado, tem um conjunto muito alargado de músicos, com muitos instrumentos acústicos como os metais e guitarras e coros. A mistura é de Daniel Duarte, que é um perito nesta área e gosto imenso do seu trabalho. A produção é do Paquito Rebelo, da País Real.


Setúbal Mais – Esperava que as pessoas começassem a rever os seus grandes sucessos?
Clemente
– Tem sido muito interessante e noto isso nos programas de televisão e nos espetáculos pelo país. Este verão cantei de norte a sul de Portugal, e é tão interessante ver a reação das pessoas com estes temas. Além disso, neste CD, canto duas canções emblemáticas, “Sofri”, que foi a minha primeira participação num festival internacional na Bulgária, e “Se um amor passa” que cantei num festival no Japão, ambas com um arranjo novo. É bom recordar momentos muito felizes da minha carreira, representando Portugal em dois grandes festivais internacionais. São canções muito bonitas, gosto imenso delas e trazem boas memórias.


Setúbal Mais – Como explica o ressurgimento da sua carreira, com grande sucesso, numa espécie de renascimento?
Clemente
– Ressurgi, qual Fénix. Assumo isso. Ultimamente estava com uma carreira muito morna e quando Paquito Rebelo convidou-me para fazer parte da País Real, foi o melhor que poderia ter acontecido na minha vida. A País Real, além de ser a minha editora, é também meu produtor e quem faz a agenciação dos meus espetáculos e isso trouxe-me uma tranquilidade muito grande. A País real promove os trabalhos discográficos de forma muito profissional e séria e reconheço que o sucesso que tenho atualmente devo integralmente ao esforço que a País Real fez para me promover e trazer novamente para ribalta. O fato é que estou na ribalta e isso comprova-se com a participação desde o início do ano e até agora em 44 programas de televisão. É histórico para mim. Em 2021 fiz 44 programas e este ano já atingi esse número e ainda tenho toda a promoção deste novo CD para fazer.
Fui aos 50 anos da RTP Madeira, a Porto Santo, e é tão gratificante ver a reação das pessoas quer no país quer a nível de emigração. Estamos a receber imensos convites para espetáculos onde existem portugueses, o que é notável, quando tenho 67 anos, esteja com esta força toda e elã. Sou muito grato à País Real, à comunicação social e ao público que receberam de braços abertos estes novos trabalhos discográficos.


Setúbal Mais – Há também uma nova geração a gostar das suas canções…
Clemente
– É muito engraçado assistir nos meus concertos aos miúdos a cantar “Zz zz zz zz sou uma abelha” (Colmeia do amor), os jovens de 20 anos que vão com os pais a acompanhar porque alguns deles cresceram a ouvir estas canções em casa e claro o meu público fiel que me acompanha há mais de 50 anos, especialmente o feminino, que são de uma dedicação total. Estou num momento muito feliz da minha carreira.


Setúbal Mais – Para quando um grande espetáculo na cidade de Setúbal?
Clemente
– Possivelmente vamos fazer um espetáculo para apresentação deste CD. Vamos ver se em 2023, o executivo municipal de Setúbal decide convidar-me para a Feira de Sant’Iago. Seria um reencontro com o grande público da minha cidade e congregar muita gente da região. Vamos esperar para ver o que acontece. Não vou bater à porta de ninguém nem estou em bicos de pés porque tenho um 1,82 de altura e sou alto suficiente para ser notado. Existo, tenho nome, 52 anos de carreira e sou conhecido pela Nação portuguesa, o que é uma coisa fantástica.