Ultra Maratona Atântica Melides/Tróia: Mais de 500 de atletas correm na areia

A Ultra Maratona Atlântica entre Melides e Tróia, numa extensão de 43 Km em areia, que terá lugar no dia 24 de Julho, já conta com mais de 500 atletas inscritos. A revelação foi feita pelo presidente da Câmara Municipal de Grândola, António Figueira Mendes, durante a apresentação da prova de resistência, na passada semana, no Cine-Teatro Grandolense, havendo expectativas que se atinga os 600 atletas, o dobro da edição de 2015.

António Figueira Mendes lembra que a edição de 2015 registou a participação de 286 atletas e este ano “temos a expectativa de chegar aos 600”, lembrando que para isso contribui o facto de há três anos ter sido criada, em simultâneo, uma prova de 15 Km, entre Comporta e Tróia, que neste momento tem 250 atletas inscritos.

“Esta prova tem cada vez mais uma dinâmica muito grande e o reconhecimento das entidades regionais e nacionais”, disse António Figueira Mendes, frisando que “faz parte do plano estratégico do turismo desportivo do Litoral Alentejano”. “Sendo uma prova desportiva tem o factor dinamizador do turismo e promoção do nosso concelho”, frisa o edil, revelando que a organização engloba um conjunto de 100 pessoas, na sua maioria voluntários.

O presidente da autarquia alentejana lembrou que a Ultra Maratona conta com vários totalistas como Chantal Xervelle (vencedora das edições 2005, 2007, 2009 e 2010), Amélia Costa (vencedora em 2006), Patrícia Serafim (vencedora das edições de 2013, 2014 e 2015), Custódio António (vencedor da edição de 2009) e José Gaspar (vencedor em 2015). “Os atletas participam, não pelo prémio que vão receber, mas pela capacidade de resistência e o desafio que lhes é colocado quanto aos sacrifícios ao longo do percurso”, sublinha o autarca alentejano.

António Figueira Mendes traça como objectivo futuro que esta competição alcance o patamar internacional “com grande importância”. Para isso, a autarquia conta com uma parceria com uma empresa privada e apoios financeiros importantes da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo (ERT) e da Associação Mutualista do Montepio. A organização estuda a hipótese da prova vir a realizar-se na época baixa, em Maio ou Outubro, de modo a combater a sazonalidade do turismo na região.

Ceia da Silva, presidente da ERT do Alentejo e Ribatejo, afirmou que “a costa alentejana é considerada uma das bonitas do mundo” pelos jornalistas internacionais, revelando que brevemente será lançada a campanha promocional “Desligue”, com um mini filme viral destinado às redes sociais, Internet e televisão. “Para nós é muito importante esta iniciativa e esperemos que se possa intensificar ao longo dos anos como um grande evento nesta região”, afirma Ceia da Silva, recordando que “concluímos o Plano Operacional Estratégico para o produto Sol e Mar, aguardando financiamento, para revitalizar o território”, que vai desde os acessos às praias, à limpeza, aos apoios de praia que “conjuntamente com as câmaras municipais queremos alterar nos próximos anos mas também a questão da promoção internacional da costa do Alentejo, utilizando a figura de Vasco da Gama, que também é um alentejano”.

Paulo Guerra, atleta olímpico, penta campeão da Europa em corta mato, o mais medalhado na história do atletismo nacional, e participante na edição de 2007, é o embaixador da competição, que apresenta um orçamento de 35 mil euros. Paulo Guerra, também um alentejano, disse que é “uma satisfação enorme e ser padrinho deste evento desportivo”.

Chantal Xhervelle considera esta prova “única” e “sempre diferente” porque “correr 43 Km, numa praia sem obstáculos, e durante o percurso temos todos os pisos, começamos com um bem inclinado de Melides, exigindo um grande esforço, mas a organização sempre teve o cuidado de escolher o dia, onde a maré está favorável e a descer para os atletas, atingindo um piso mais plano e ao chegar a Tróia é uma pista de atletismo, com uma vista espectacular como a Serra da Arrábida”. “É um esforço extremo porque só recebemos o primeiro abastecimento na praia da Comporta, após 28 Km”, adianta.

Fernando Andrade, autor do livro “As Melíadas”, que resulta da sua experiência com fotografias na competição e totalista, embora este ano não participe, confessa que “cheguei aqui em 2005 e vivi a prova de uma maneira muito intensa e pisar a areia era uma coisa única”.