PAN exige suspensão das dragagens no Sado mas Costa recusa

O deputado do PAN, André Silva, pediu ontem, 10 de Outubro, a imediata suspensão do projecto de dragagens no Porto de Setúbal, mas o primeiro-ministro, António Costa, recusou e defendeu que se impõe respeitar o parecer da Agência Portuguesa do Ambiente.

Estas posições foram trocadas na parte final do debate quinzenal, na Assembleia da República, depois de André Silva ter alertado para os riscos que a concretização deste projecto terá para os golfinhos.

“É sempre o dinheiro. Estas dragagens não estão sustentadas do ponto de vista científico. Estamos perante um problema político”, advogou o deputado do PAN, numa curta intervenção em que criticou as lógicas “tecnocráticas” de desenvolvimento.

Numa curta resposta, o primeiro-ministro disse que foi emitido um parecer da Agência Portuguesa do Ambiente, propondo a inclusão de algumas medidas “mitigadoras” do projecto.

“Temos de respeitar este parecer. Se o parecer fosse negativo, por certo que o senhor deputado não gostaria que o Governo se substituísse à Agência Portuguesa do Ambiente”, concluiu António Costa.

Recorde-se que está marcada para 13 de Outubro, pelas 16h00, uma manifestação no jardim da beira-mar, para protestar contra as dragagens que estao aser feitas no estuário do Sado a cargo da APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra.

Em causa está a retirada de 6,5 milhões de metros cúbicos de areia do estuário do Sado, com uma profundidade de 15 metros, de modo a permitir a entrada e saída de navios de grande porte, em simultâneo. O investimento é de 25 milhões de euros. Associações e ambientalista consideram um “atentado” ambiental que pode pôr em causa a vida do estuário, incluindo a comunidade de golfinhos.