Círio dos Marítimos de Alcochete realiza-se de 8 a 11 de abril

A Festa do Cirio dos Marítimos de Alcochete retoma a tradição e realiza-se de 8 a 11 de abril, contando com o apoio do município.


A devoção a Nossa Senhora da Atalaia, na ermida erigida no monte da Atalaia, situada no limite geográfico do concelho do Montijo com o de Alcochete, mantém viva uma tradição dos alcochetanos com mais de cinco séculos de história.


Alicerçada nas raízes marítimas deste povo que durante anos encontrou no Tejo o seu sustento, esta festa tem sido mantida pelos marítimos ou barqueiros e seus descendentes que, através da tradição oral, a mantiveram viva até aos nossos dias.


A Festa do Círio dos Marítimos, ou Festa da Páscoa como também é conhecida, mobiliza muita gente, quer na sua organização, quer no número de devotos, que durante o fim de semana da Páscoa participam ativamente nos rituais muito próprios que ela integra.


As festividades têm início no sábado de Aleluia, prolongando-se por mais três dias numa sequência de momentos únicos de devoção e convívio, que anualmente reúnem centenas de pessoas, naquela que é a festa mais antiga de Alcochete.


O início das festividades é marcado pela música do “Chininá”, nome dado aos tocadores de gaita-de-foles e caixa, que percorre as ruas da vila, no Sábado de Páscoa, anunciando a todos a realização de mais um Círio dos Marítimos de Alcochete, enquanto o fogueteiro lança foguetes ao ar.


Na tarde de domingo de Páscoa realiza-se o primeiro cortejo do Círio que, além das gentes locais, atrai muitos forasteiros à vila ribeirinha. Este desfile de solteiras e casadas, montadas em burros, percorre também as principais ruas da vila de Alcochete na segunda-feira, após a arrematação das bandeiras e fogaças.


À frente do cortejo seguem o filho do festeiro, que empunha o guião, e o juiz, cada um em seu cavalo, seguidos em primeiro lugar pela juíza e em segundo pela juíza do ano seguinte.
Depois vêm as solteiras e casadas. A penúltima mulher do cortejo é a festeira do ano que vem e a festeira deste ano encerra o desfile. O cortejo integra ainda duas carretas puxadas por bois, devidamente engalanadas, uma transporta os gaiteiros e a outra transporta tachos, panelas, uma pipa de vinho e um saco de batatas.


Após duas voltas à vila, os participantes no cortejo e respetivas famílias seguem para a Atalaia, onde jantam e convivem na “casa do círio”.


Na manhã seguinte, segunda-feira, muitos devotos dirigem-se a pé de Alcochete à Atalaia com as bandeiras que mantiveram nas suas casas durante um ano para as entregar ao festeiro e pagar o preço do valor da arrematação, receita que serve para pagar as despesas do círio deste ano.


O momento alto da Festa, tão esperado pelas gentes locais, acontece na segunda-feira, com a realização da missa na Igreja de Nossa Senhora da Atalaia, seguindo-se a procissão no adro da Igreja da Atalaia. No período da tarde realiza-se no mesmo local o leilão de bandeiras e fogaças.


Este ano serão arrematadas cinco fogaças e 168 bandeiras, que têm estampadas a figura de Nossa Senhora da Atalaia, sendo que o destaque vai para o Guião, a peça que atinge o valor mais elevado.

Programa:
8 de abril (Sábado de Aleluia)


12h30 – Almoço para os arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para convidados no pavilhão gimnodesportivo de Alcochete.

16h00 – Chegada do “Chininá” (nome dado ao gaiteiro e caixa), à ponte-cais de Alcochete. Estes músicos percorrem as ruas da vila a anunciar a realização das festividades com a tradicional música de gaita-de-foles.

19h30 – Jantar para os Arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para os convidados no pavilhão gimnodesportivo de Alcochete.


9 de Abril (Domingo de Páscoa)

11h00 – O “Chininá” percorre as ruas da vila para convidar as mulheres casadas e solteiras para o almoço, com partida do largo de São João.

12h30 – Almoço para os Arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para convidados no pavilhão gimnodesportivo de Alcochete.

18h00 – Desfile de solteiras e casadas do Círio dos Marítimos, montadas em burros, pelas principais ruas da vila de Alcochete, com início na avenida D. Manuel I (junto às antigas instalações da Dragapor).

19h30 – Jantar para os Arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para convidados na Casa do Círio na Atalaia.



10 de Abril (Segunda-feira)

8h00 – Início da receção das Bandeiras e Fogaças no Adro da Igreja da Atalaia.
10h00 – Concentração das mulheres solteiras e casadas junto à Igreja da Atalaia para receberem as medalhas. Segue-se a missa e a procissão.

12h30 – Almoço para os Arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para convidados na Casa do Círio da Atalaia.

15h00 – Início da Arrematação de Bandeiras e Fogaças no Adro da Igreja da Atalaia.
18h30 – Desfile de solteiras e casadas do Círio dos Marítimos, montadas em burros, pelas principais ruas da vila de Alcochete com partida na avenida da Restauração (junto à Escola El-Rei D. Manuel I).

21h00 – Beberete a convite do Juiz, da Juíza e do Festeiro do ano seguinte no pavilhão gimnodesportivo de Alcochete.


11 de Abril (Terça-feira)

11h00 – Saída do “Chininá” pelas ruas da vila com início no largo de São João.

12h30 – Almoço para os Arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para convidados no pavilhão gimnodesportivo de Alcochete.

16h00 – Desfile de Solteiras e Casadas a pé pelas principais ruas da vila de Alcochete.

19h30 – Jantar para os Arrematantes das Bandeiras e Fogaças e para os convidados no pavilhão gimnodesportivo de Alcochete.