Casa da Cultura Setúbal recebe exposição “Sustentar”

O trabalho de seis artistas em seis projetos desenvolvidos em outros tantos territórios do país, entre os quais os bairros sadinos Grito do Povo e dos Pescadores vai estar patente ao público de 7 a 29 de janeiro de Janeiro, na exposição “Sustentar”, na Casa da Cultura, em Setúbal.

Com coordenação geral de Virgílio Ferreira, que partilha a curadoria com Krzysztof Candrowicz e Pablo Berástegui, a exposição fotográfica e videográfica “Sustentar” é organizada e produzida pela associação Ci.CLO Art, em parceria com várias entidades, entre as quais a Câmara Municipal de Setúbal, e o apoio financeiro da Direção-Geral das Artes.

Elisa Azevedo, Evgenia Emets, Margarida Reis Pereira, Maria Oliveira, Nuno Barroso e Sam Mountford são os artistas que, a partir das 17h00 de 7 de janeiro, têm os seus trabalhos patentes nos dois espaços expositivos do piso zero da Casa da Cultura, a Galeria Principal e o Espaço João Paulo Cotrim.

Os curadores da exposição recordam que “Sustentar” é uma plataforma colaborativa da Ci.CLO que promove o “desenvolvimento de projetos fotográficos e videográficos que pretende contribuir com perspetivas artísticas sobre iniciativas experimentais na área da sustentabilidade”.

Desta primeira edição resulta o olhar de seis artistas sobre outras tantas iniciativas que foram ou estão a ser desenvolvidas em Portugal como alternativas sustentáveis à interação humana com o planeta.

As seis iniciativas, com o envolvimento de parceiros do projeto, são Setúbal Preserva Bairros Grito do Povo e dos Pescadores, da Câmara Municipal de Setúbal, POCITYF, da Câmara Municipal de Évora, Núcleo Museológico do Sal, da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Geoparque Algarvensis Loulé-Silves-Albufeira, da Câmara Municipal de Loulé, Transição agroecológica, da Câmara Municipal de Mértola, e LIFE Montado-Adapt, da EDIA – Empresa de Desenvolvimento e Infraestruturas do Alqueva, SA.

Margarida Reis Pereira desenvolveu em Setúbal o trabalho “Hoje, translúcido”, que se baseia num “diálogo com as comunidades dos bairros Grito do Povo e dos Pescadores, utilizando um conjunto de estratégias visuais para representar as suas memórias e identidade”.

Os responsáveis da exposição adiantam que, com o trabalho “A Arte de Sombrear o Sol”, Evgenia Emets “acompanha as alterações climáticas, a transição agroecológica e a agricultura sintrópica em Mértola como uma possibilidade de adaptação a uma realidade de severa escassez de água”.

Maria Oliveira, autora de “De Vagar o Mar”, cria, por seu lado, “uma passagem metafórica para o mundo antigo e pré-humano nas salinas da Figueira da Foz” e “reconhece o potencial natural e cultural deste território”.

Elisa Azevedo, com o projeto “Em Plena Luz”, “explora a integração de sistemas inovadores de captação de luz solar para tornar a zona histórica de Évora autossustentável do ponto de vista energético”.

O filme “O leito do rio”, realizado por Sam Mountford no Parque de Noudar, “centra-se nas dimensões culturais, sociais e ecológicas dos montados ibéricos e na resiliência deste território para mitigar as consequências das alterações climáticas”.

Por fim, a série “Geoparque”, de Nuno Barroso “especula sobre os paradigmas do território do Geoparque Algarvensis”, em Loulé, “através da exploração de diversas realidades da agricultura, energia e atividade turística”.

Além de encontros entre curadores, artistas e especialistas, a plataforma Sustentar proporcionou a realização de residências artísticas nos seis territórios, enquanto “espaços vitais para incubar novas práticas, examinar metodologias e desenvolver diálogos proativos entre o artístico e o cívico”.