Bruno Senune, Beatriz Valentim, Catarina Vieira e Pedro Banza vencem Bolsas de Criação Artística de Setúbal

Os projetos de Bruno Senune, Beatriz Valentim, Catarina Vieira e Pedro Banza são os vencedores da terceira edição das Bolsas de Criação Artística, promovidas pela Câmara Municipal de Setúbal, que vão agora receber apoios de cinco mil euros.

A iniciativa visa apoiar criadores ou coletivos que desenvolvam projetos em diferentes áreas artísticas, recebeu este ano perto de 100 candidaturas, provenientes de todo o país, de diferentes áreas artísticas.

As Bolsas de Criação Artística proporcionam, a cada um dos projetos selecionados, um incentivo financeiro no valor de cinco mil euros, a possibilidade de usufruir de um espaço de trabalho nas instalações de A Gráfica – Centro de Criação Artística, localizada em Setúbal, e a apresentação do resultado na MAPS – Mostra de Artes Performativas em Setúbal, a realizar entre os dias 6 e 15 de julho.

O júri, constituído por Cláudia Galhós, jornalista especialista em artes performativas e escritora, Henrique Amoedo, diretor da companhia Dançando com a Diferença e diretor artístico do Teatro Viriato, em Viseu, e Marta Cerqueira, bolseira da primeira edição das Bolsas de Criação Artística, fez a seleção tendo em conta critérios como a inovação das propostas apresentadas.

As três propostas selecionadas para receberem Bolas de Criação Artística representam estratégias e abordagens artísticas contemporâneas e inovadoras na música, cinema, documentação, dança, performance, problematização histórica, filosófica, política e ecológica.

Foram, igualmente, valorizadas as equipas artísticas e as formas diversas como se propõem relacionar com a comunidade.

Bruno Senune e Beatriz Valentim vão receber uma bolsa pelo projeto “Vanishing”, que reflete a pesquisa de dois intérpretes e coreógrafos em que cada um vai dançar o solo coreografado pelo outro.

“Lugar X” é a proposta de Catarina Vieira, que parte de uma perspetiva ecofeminista para interrogar os mecanismos de extração de valor dos corpos, dos ecossistemas, da vida e das relações. A pesquisa está profundamente ligada física e simbolicamente com os lugares, neste caso A Gráfica e o espaço, físico e humano, envolvente.

Pedro Banza foi selecionado com o projeto “Abalada do Cante”, baseado num trabalho de pesquisa e recolha de história oral sobre as vidas de três gerações de mulheres da mesma família com origens alentejanas e a viver em Setúbal.

Este concerto-documentário tem a participação de uma equipa artística diversa, com a criação musical de Noitibó (Pedro Banza) a cruzar-se com a investigação e a recolha oral das histórias a cargo de Vanessa Iglésias Amorim e Leonardo Silva, com a colaboração, entre outros, de Celina da Piedade e do Grupo Coral Alentejano “Os Amigos dos Sadinos”.

O júri responsável pela análise das candidaturas às Bolsas de Criação Artística 2023 sublinha a maturidade dos artistas, emergentes ou com recursos criativos sólidos, o que resultou na apresentação a concurso de projetos que extravasam o âmbito da bolsa, tendo sido garantidas coproduções e parcerias de diversas instituições nacionais e internacionais.