Bruno Frazão, candidato do PS à presidência da Junta de Freguesia de S. Sebastião: “É um dos maiores desafios da minha vida para o qual me sinto inteiramente capaz”

Bruno Frazão, de 39 anos, natural de Setúbal, candidata-se à presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, a maior do concelho, nas eleições autárquicas de 26 de Setembro, nas listas do PS, na qualidade de independente. Licenciado em Animação e Intervenção Sociocultural pela Escola Superior de Educação de Setúbal, Bruno Frazão está fortemente ligado ao movimento associativo e às actividades culturais e sociais do concelho. Se for eleito presidente promete “uma freguesia mais jovem, justa, dinâmica, viva, verde, ecológica, amiga dos animais, sustentável, inclusiva, disponível e a pensar nas gerações vindouras”.

Florindo Cardoso

Bruno Frazão faz parte das listas de Fernando José, candidato do PS à presidênci da Câmara Municipal de Setúbal


Setúbal Mais – Quais as razões que o levaram a aceitar esta candidatura à Junta de Freguesia de S. Sebastião?
Bruno Frazão
– Sou uma pessoa de desafios e quando o objetivo é fazer de Setúbal uma cidade melhor para viver estou sempre disponível para colaborar. Gosto demasiado da minha cidade para ver a mesma ser “maquilhada”, quando existem outros problemas prioritários por resolver. Não sou contra o embelezamento da cidade, mas é preciso muito mais, nomeadamente um equilíbrio entre o belo e o necessário
Depois outro aspeto que me levou a aceitar este desafio foi a minha forte ligação ao associativismo, sabendo bem as dificuldades que existem, e para além de apoios financeiros é preciso pensar em conjunto os problemas e ajudar a ultrapassar, e nisso tenho a certeza de que vou dar cartas ao ser eleito; vou estar muito próximo das coletividades e pronto com a minha equipa para as ajudar. E quando falo em associações falo também noutras instituições que fazem já um trabalho extraordinário na nossa cidade, mas podem fazer ainda muito melhor se estivermos em sintonia.
Identificar-me com o projeto do PS, ver no Fernando José uma pessoa extremamente empenhada na mudança e ser conhecedor da realidade setubalense, a que se juntam outros nomes como Paulo Lopes, Joel Marques, meu colega de escola, Nuno Cruz, meu amigo de infância, entre outros que nunca consideraram Setúbal a “gata borralheira” fazem-me sentir empoderado, motivado e seguro de que vamos fazer um excelente trabalho.
Não poderia deixar de realçar as pessoas que me deram o incentivo a avançar, muitas delas sem poder dar a cara com receio de represálias (sim, infelizmente isto hoje ainda acontece) e, claro está, ter o grande apoio de Ana José Carvalho, mandatária da lista de São Sebastião, e que tem muitas provas dadas do seu profissionalismo.
Outra das razões que me motiva é a minha proximidade aos públicos vulneráveis, o trabalho que tenho desenvolvido, quer de forma voluntária, quer enquanto técnico de intervenção comunitária, com crianças e jovens em risco, com os seus familiares e ainda com o público sénior, o que faz com que possa intervir mais por eles ao passar a ser decisor político. Estas pessoas precisam de apoio e estarei lá com a minha equipa, aliás como sempre tenho estado; e, embora existam algumas competências que são do domínio da administração central, não podemos fazer das pessoas bolas de arremesso. Comigo e com a minha equipa todos contam. Considero este desafio um ato de grande responsabilidade para que ninguém fique de fora. Garanto que é uma equipa multidisciplinar bastante competente.


S.M. – Sendo um homem da cultura e do movimento associativo de Setúbal considera importante a sua contribuição para esta candidatura?
B.F. –
Sem dúvida. Como expliquei anteriormente, a minha forte ligação às coletividades faz-me conhecedor dos seus problemas, das suas angústias e das suas conquistas feitas a pulso. Aliás, é precisamente por saber o que é passar por esses momentos, sem vislumbrar soluções, que assumo que, enquanto presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião, não deixarei as instituições desamparadas e sem possibilidade de encontrar soluções conjuntas. De promessas de ajuda, que tarde ou nunca chegam, estamos todos fartos. Se as autarquias forem seriamente solidárias com os problemas das associações, encarando igualmente os problemas como seus, podemos, em conjunto, ultrapassá-los e ter um associativismo vivo, enérgico e distanciado das pressões políticas, até porque as associações são espaços que têm de ser neutros no que toca a ideologias políticas, religiosas, etc.… infelizmente nem sempre isso acontece. Em suma, sejam os dirigentes associativos identificados com a cor política A ou B, ou da religião X ou Y, connosco podem estar descansados porque não vão ser discriminados e, para um trabalho sério e regular, vão ter sempre ao dispor as ferramentas necessárias para poderem ser autónomas e autossustentáveis.
Da nossa parte não haverá qualquer interferência com as vontades e atividades das coletividades, mas sim um reforço e motivação para fazerem sempre mais e com maior qualidade.
A democratização da cultura é um pilar importante para o desenvolvimento das comunidades, como tal a cultura vai ser um motor de desenvolvimento da freguesia, a par do desporto e de outras iniciativas com todos e para todos. Todos contam, todos são importantes.

S.M. – Quais as principais linhas de orientação da sua candidatura?
B.F. –
As linhas de orientação vão ao encontro das que estão traçadas para a cidade, para o concelho. Maior proximidade, disponibilidade total para as pessoas, instituições, empresas e escolas. Uma “Capital do Futuro” deve ir ao encontro das tecnologias e usá-las para uma maior sustentabilidade e evolução das comunidades. Será certamente uma freguesia mais jovem, justa, dinâmica, viva, verde, ecológica, amiga dos animais, sustentável, inclusiva, disponível e a pensar nas gerações vindouras.

S.M. – Caso seja eleito presidente, quais as suas prioridades?
B.F.
– Temos três prioridades na freguesia. Desde logo, os nossos recursos humanos. Vamos dar todas as condições necessárias para que os recursos humanos da Junta de Freguesia de São Sebastião possam estar motivados a desenvolver o seu trabalho da melhor forma. O bom ambiente, o empoderamento e as potencialidades de cada um dos nossos colaboradores farão toda a diferença e nós vamos estar no terreno com eles; ao fim ao cabo, eles são o motor da freguesia e são eles que podem fazer acontecer o que estamos a propor.
As pessoas para quem trabalhamos, os nossos fregueses, outra das nossas prioridades. Contem com um presidente que vai estar no terreno, que vai ouvir as pessoas, e com uma equipa que vai fazer acontecer. Privilegiamos um trabalho baseado no diálogo permanente e direcionado para as reais necessidades dos que habitam, trabalham e/ou visitam a nossa freguesia.
Por fim, mas não menos importante, e conforme já atrás referido, as nossas coletividades, o nosso movimento associativo, um pilar fundamental do nosso desenvolvimento e da construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.
No sentido de concretizar um programa de ações com base nestas três prioridades, estamos preparados para agir de forma assertiva na busca de consensos. No âmbito da transferência de competências da administração central para a administração local, queremos assumir competências alargadas nas áreas da ação social e da educação. Também no que diz respeito à definição e concretização do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), queremos ser parceiros ativos da Câmara Municipal e do Governo, com vista a aproveitar oportunidades únicas para a Freguesia e que nos permitirão requalificá-la em diversas áreas, nomeadamente, em termos de habitação. Não trabalhamos sozinhos, contamos com as pessoas e com as instituições.


Convite do PS para ser candidato:
“Surpreendido não, mas sim orgulhoso”


Bruno Frazão é uma das surpresas das listas do PS aos órgãos autárquicos de Setúbal. Concorre como independente, apoia Fernando José a presidente do município sadino, e sente-se “orgulhoso” pelo convite.


S.M. – Ficou surpreendido com este convite da candidatura socialista de Fernando José à presidência da Câmara de Setúbal?
B.F. –
Surpreendido não, mas sim orgulhoso. Alguém reconheceu e confiou nas minhas capacidades para liderar uma equipa que pode transformar a freguesia de São Sebastião e, claro, a cidade de Setúbal como “A Capital do Futuro”. Na verdade, tenho desenvolvido muito trabalho na área cultural, recreativa e social, aliás, desde muito jovem, e tenho merecido o reconhecimento e colaboração por parte de inúmeras pessoas. Nunca o fiz com ambições políticas, confesso, mas não posso deixar de me sentir orgulhoso com este convite, considerando-o mesmo como um dos maiores desafios da minha vida, para o qual me sinto inteiramente disponível e capaz. Conto ainda com uma equipa que está bastante empenhada e envolvida neste projeto.


S.M. – Concorre como independente?
B.F.
– Sim. Sou um candidato independente, aliás como a maioria dos elementos da lista de São Sebastião. Não sou militante do PS, nem nunca fui militante de nenhum partido. Apoio pessoas. Considero que ser militante ou ser independente não fará de mim melhor ou pior candidato.