Bispo de Setúbal apela ao entendimento entre médicos e Governo e à paz no mundo

Na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que se deslocou a Setúbal para assistir à primeira homilia do novo bispo, no domingo, 29 de outubro, D. Américo Aguiar mostrou um conjunto de balas que lhe ofereceram quando visitou a cidade ucraniana de Bucha para apelar à paz e ao fim de todas as guerras bem como a um entendimento entre médicos e governo porque quem sofre são sempre os mesmos, os mais pobres.

O cardeal Américo Aguiar fez apelos à paz na Ucrânia e no Médio Oriente, bem como a um entendimento entre os médicos e o governo português, na sua primeira homilia como IV Bispo de Setúbal. Na presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,e vários membros do governo, que se deslocaram a Setúbal para assistir à primeira homilia do novo bispo, Américo Aguiar mostrou um conjunto de balas que lhe ofereceram quando visitou a cidade ucraniana de Bucha para apelar à paz e ao fim de todas as guerras.

“Estas cápsulas de balas foram oferecidas na Ucrânia na minha visita. Isto matou alguém, se calhar mais do que uma pessoa. E nós estamos aqui todos, felizes e contentes, e continuamos a fazer o mesmo, a matar pessoas, a matar na Ucrânia, a matar na terra de Jesus. Continuamos a fazê-lo”, disse o bispo, frisando que “não estamos contra ninguém, nem contra palestinianos, nem contra israelitas, nem contra A nem contra B. Queremos a paz, porque quem sofre com a guerra são sempre os mesmos: as crianças, as famílias, os idosos pobres (…) Isto [as balas] mata verdadeiramente, isto mata. E nós não podemos permitir que isso aconteça”.

Em declarações aos jornalistas, Américo Aguiar justificou a decisão de levar as balas da Ucrânia para o apelo à paz que marcou a sua primeira homilia em Setúbal. “O Papa hoje repetiu esse apelo [à paz]. E eu tive um chamamento de trazer estas balas para mais uma vez gritarmos, não contra ninguém, mas a favor da paz, porque as crianças, os idosos, as famílias e os indefesos estão a ser mortos a toda a hora e a todo o momento. E nós, parece que já estamos com aquela coisa da globalização, da indiferença: nem rimos nem chorámos. E isso não pode ser”, disse.

Américo Aguiar deixou também um apelo ao entendimento entre os médicos e o governo português. “O que nós, cidadãos, pedimos é que, por amor de Deus, se entendam”, disse o bispo, frisando que a falta de entendimento é “motivo de suplementar preocupação para todos os portugueses, principalmente para aqueles que não têm a possibilidade de não ir ao Serviço Nacional de Saúde (SNS)”.

“E, por isso, o que eu peço, aos médicos, aos profissionais, aos representantes da classe, ao senhor ministro e ao Ministério das Finanças, é que todos façam o que for possível para que este nó se desate”, acrescentou.

Nas declarações aos jornalistas, Américo Aguiar lembrou que nas primeiras 48 horas como bispo de Setúbal já visitou várias instituições da cidade, incluindo o Vitória, clube de que já se fez sócio e que, com ou sem apoio divino, ganhou este fim de semana, por 4-0, ao Vasco da Gama de Sines.