Alexandrina Pereira, presidente da Casa da Poesia de Setúbal: “A adesão dos poetas ao 3.º Encontro Nacional de Poesia de Setúbal foi extraordinária”

A Casa da Poesia de Setúbal vai realizar 3.º Encontro Nacional de Poesia de Setúbal, no dia 21 de maio, no auditório Bocage, na freguesia de S. Sebastião. Alexandrina Pereira, presidente da Casa da Poesia de Setúbal manifesta-se satisfeita pela “adesão extraordinária” de dezenas de poetas de várias regiões do país ao evento. Este ano, o convidado de honra é o escritor, poeta e editor Pedro Batista, galardoado com diversos prémios literários como os de Bocage e Sebastião da Gama.

Florindo Cardoso

Setúbal Mais – Este 3.º Encontro Nacional de Poesia de Setúbal vai realizar-se dois anos depois da pandemia do covid-19. Como foi a preparação deste importante encontro e a adesão dos poetas?
Alexandrina Pereira
– Não tem sido fácil a organização deste Encontro Poético após a paragem obrigatória originada pela pandemia. Foi necessário reorganizar ideias, motivar os sócios, enfim, regressar com a mesma vontade. A adesão dos poetas tem sido tão extraordinária que estamos pensando limitar, por incapacidade dos diversos espaços onde decorrerá o evento.

Setúbal Mais – Quais os principais objetivos deste encontro?
Alexandrina Pereira
– Os principais objetivos continuam fiéis ao espírito da iniciativa; receber poetas e amantes da poesia vindos de associações poéticas sediadas noutras cidades do país, proporcionando a troca de ideias, e a apreciação da criatividade de outros poetas, em simultaneidade com a divulgação das maravilhas da nossa região.

Setúbal Mais – Este ano, o encontro vai contar com quantos poetas e de que zonas do país?
Alexandrina Pereira
– Este ano estão já inscritos 70 (poetas e associados) e vamos ter connosco a Associação Portuguesa de Poetas (sediada em Lisboa) e a Associação Cultural Poética – Mensageiro da Poesia da Amora – Seixal, além de poetas a título individual de outras zonas do país.

Setúbal Mais – Qual o convidado desta edição e porquê essa escolha?
Alexandrina Pereira
– O convidado deste ano vem de Coimbra. Trata-se do escritor, poeta e editor Pedro Batista (pseudónimo Xavier Zarco) vencedor dos Prémios de Poesia Vítor Matos e Sá; Prémio de Poesia Bocage de 2005 e 2010; Prémio Raul de Carvalho; Prémio da Lusofonia e Prémio Sebastião da Gama de 2017. Foi o facto de ter vencido os prémios Bocage e Sebastião da Gama que nos levou a trazê-lo até nós, para além do interesse em conhecermos melhor o seu percurso como poeta.

Setúbal Mais – O encontro realiza-se na freguesia de S. Sebastião. Porque esta escolha? E já se sabe qual será a próxima?
Alexandrina Pereira
– O facto do Encontro Poético acontecer na freguesia de S. Sebastião não resultou de uma escolha, mas sim de um acordo assumido pelo atual presidente Nuno Costa aquando da realização do encontro anterior realizado na Junta de Freguesia de Gâmbia, Pontes e Alto da Guerra. Já está em curso o estudo do próximo encontro noutra junta de freguesia da cidade, mas não está definido por haver duas propostas. Esta rotatividade torna os encontros muito interessantes porque cada junta de freguesia planeia mostrar e proporcionar aos visitantes o que de mais atrativo existe no seu espaço de governação. A Casa da Poesia reconhece e agradece todo esse empenho, que engrandece a poesia e a própria cidade.

Setúbal Mais – A Casa da Poesia já pensou em internacionalizar o encontro?
Alexandrina Pereira
– O nosso 2.º Encontro Poético já foi um “esboço” dessa internacionalização. Tivemos como convidados um grupo de poetas e poetisas vindas de Espanha. Estamos muito empenhados em tornar este evento num grande acontecimento em Setúbal e passar de um dia apenas, para uma semana de intensa atividade cultural que possa incluir conferências, apresentação de livros, música, ilustração de livros, feira do livro e trazer até nós poetas de todos os países lusófonos. Já iniciámos contactos com Mia Couto por Moçambique e com vários poetas brasileiros. Pensamos ainda convidar poetas lusos emigrados, através das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo.

Setúbal Mais – Quais os principais pontos do encontro que destaca?
Alexandrina Pereira
– Pela manhã, a receção aos convidados a quem será servido um café e doces regionais. Visitas culturais pela zona da cidade na Freguesia de S. Sebastião. Após o almoço-convívio a tarde poético-cultural decorrerá no auditório Bocage, terminando com um Moscatel de Honra. Para a posteridade, fica um agradecimento especial ao presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, que sem o seu empenho e benemerência, esta aventura cultural não seria possível.



Presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião:
“Orgulho de receber a iniciativa”


O presidente da Junta de Freguesia de S. Sebastião, Nuno Costa, considera que a Casa da Poesia tem desempenhado “um papel incontornável na construção de uma cidade mais humanizada”. Para o autarca, este Encontro da Poesia é também “uma oportunidade para mostrarmos e divulgarmos o nosso território, os nossos equipamentos culturais e o nosso património”.


Setúbal Mais – Qual a importância para Junta de Freguesia de S. Sebastião receber o 3.º Encontro Nacional de Poesia de Setúbal?
Nuno Costa
– Este evento era há muito ansiado por nós. Já tinha sido planeado, mas, infelizmente, a pandemia do covid-19 impossibilitou a sua realização. Trata-se de um momento alto na atividade da Casa da Poesia de Setúbal que tem sido organizado em parceria com as diferentes freguesias. Este ano é a nossa vez de ter a honra e o orgulho de receber a iniciativa no nosso auditório Bocage e de contribuir para engrandecer um evento que dá a conhecer a cidade através da poesia. Além de ser um encontro que reúne muitas pessoas, de vários pontos do país, em torno desta expressão cultural que é a poesia, é também uma oportunidade para mostrarmos e divulgarmos o nosso território, os nossos equipamentos culturais e o nosso património.


Setúbal Mais – Como avalia o importante papel desempenhado pela Casa da Poesia de Setúbal na cidade?
Nuno Costa
– A ação da Casa da Poesia tem sido determinante e vital para contrariar o apelo ao imediato e ao intempestivo na nossa sociedade, criando um espaço onde são possíveis a contemplação e a reflexão sobre valores fundamentais para o desenvolvimento harmonioso da nossa organização coletiva, tais como a tolerância, a solidariedade, a generosidade, a empatia e o respeito pela diferença. A Casa da Poesia tem desempenhado um papel incontornável na construção de uma cidade mais humanizada.