Vereadores do PS e PSD criticam nomes do conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal

A Câmara Municipal aprovou, a 28 de setembro, três nomes para o conselho de administração dos Serviços Municipalizados de Setúbal (SMS), em votação secreta, contando com 5 votos favoráveis, 4 contra e 2 abstenções, merecendo críticas dos vereadores do PS e do PSD.

Esta nova estrutura vai assumir a gestão municipal do sistema da rede de água e saneamento, a partir de 18 de dezembro, com o fim da concessão às Águas do Sado. Para já tem de decidir sobre o mapa de pessoal e o plano de atividades e orçamento para os restantes 13 dias de dezembro de 2022 e funcionará como ma espécie de comissão instaladora dos SMS, nesta fase de transição.

O vereador Carlos Rabaçal, militante do PCP, que tem o pelouro das Obras Municipais e está a gerir o dossier da transição do sistema rede de água e saneamento das Água do Sado para o município será um elemento do Serviços Municipalizados de Setúbal.

Já o economista João Martins, que também tem acompanhado este processo e trabalha com o município sadino, há cerca de 15 anos, nesta área também faz parte do conselho de administração.
A arquiteta Eugénia Silveira, que foi vereadora, eleita pela CDU, no último mandato da Maria das Dores Meira, mas não conseguiu ser reeleita em 2021, mantém-se ao serviço da autarquia como assessora da vice-presidente Carla Guerreiro.

De referir que segundo a proposta aprovada em reunião pública, estes três elementos do conselho de administração dos SMS não serão remunerados.

O vereador do PSD, Fernando Negrão, levantou algumas dúvidas sobre o perfil dos novos administradores, considerando, com exceção de João Fernandes Martins, porque têm “perfil político” e não de gestão profissional como é necessário para gerir esta estrutura. “Para termos pessoas habilitadas e mãos capazes para gerir um setor das águas em Setúbal, precisamos de gente preparada para isso e essas pessoas têm de ser pagas”. “Mais vale pagar e ter menos prejuízo na gestão do que ter pessoas menos bem preparadas para este efeito e depois ter mais prejuízo”, disse ainda Fernando Negrão, justificando por isso o seu voto de abstenção.

André Martins, respondendo a estas dúvidas, disse que “o conselho de administração há-de tomar decisões com base em informações técnicas e a estrutura organizacional dos SMS, que é profissional e altamente qualificada, terá essa capacidade”.


Já o vereador Carlos Rabaçal explicou que este conselho de administração “é o menos politizado dos três existentes na região, no caso de Almada e Montijo são três eleitos do PS, e Setúbal, é um eleito da CDU, um especialista de renome na área económica e uma ex-eleita”, sublinhando que é “procurámos uma lógica centrada na gestão e menos nas questões políticas, mas é necessário ter alguém que conduza politicamente em termos estratégicos o processo dos SMS”.

O vereador Fernando José, do PS, lamentou que a oposição não fosse ouvida na escolha do processo dos nomes dos SMS para “poder expressar a sua opinião como tem feito nas reuniões” sobre este processo com o vereador Carlos Rabaçal, sublinhando que o conselho de administração deveria “refletir a corelação de forças políticas existente na Câmara Municipal de Setúbal, e a CDU não pode esquecer que não está em maioria” relativa. “Foi com espanto que recebemos esta proposta sem qualquer contacto da nossa parte”, pedindo que fosse retirada porque assim “não será aprovada favoravelmente pela nossa parte”, no sentido de “encontrar um consenso, conclui.