Teatro Estúdio Fontenova estreia “A Casa de Emília” com grande sucesso

O Teatro Estúdio Fontenova (TEF) estreou ontem, 6 de Novembro, “A Casa de Emília”, um original de Luísa Monteiro, com encenação de José Maria Dias, com grande sucesso, no Fórum Municipal Luísa Todi. O espectáculo magnífico que une o teatro à música através do Coro Setúbal Voz e a mestria de Jorge Salgueiro.

O TEF arriscou nesta produção, usando a união das artes cénicas, com jogos de vídeos das conserveiras a trabalhar e cenas de vida íntima de uma casal. Tudo a juntar à magistral interpretação de Graziela Dias, no papel de uma velha conserveira com histórias de dias difíceis no trabalho, os abusos do patrão e de um crime praticamente perfeito.

Nestes tempos de pandemia, é preciso realçar o trabalho desta companhia de teatro setubalense que já nos habitou as excelentes espectáculos, com bastante qualidade e com a conquista de um público fiel que marcou presença na estreia e aplaudiu de pé.

Graziela Dias, no final confessou estar “bastante emocionda” e agradeceu a presença do público, convidando as pessoas a assistir a esta nova produção que estará em cena até 15 de Novembro no Fórum Municipal Luísa Todi.

Neste trabalho, José Maria Dias entrecruza universos de mulheres conserveiras de várias localidades portuguesas, sobretudo de Setúbal, mas também do Algarve, para abordar questões como a extrema dureza do trabalho, que ia do escamar e cortar ao amanhar e salgar o peixe.

A peça, interpretada por Eunice Correia, Fábio Nóbrega Vaz, Graziela Dias e Sara Túbio Costa, gira em torno de Emília, uma personagem inventada, na casa dos 70 anos, que vai discursando sobre a vida das conserveiras entre os anos 1920 e 1970, abrangendo o período do Estado Novo.

A decadência e o encerramento que algumas fábricas de conservas atravessaram, até à atualidade, são também mencionadas pela personagem, assim como os polos desta indústria que ainda se mantém em Portugal, nomeadamente nas zonas de Aveiro e Olhão.

“A Casa de Emília” tem ainda composição musical de Jorge Salgueiro, participação do Coro Setúbal Voz, vídeo de Eduardo Dias, sonoplastia de Emídio Buchinho, figurinos de Maria Luís e espaço cénico, desenho de luz e voz off de José Maria Dias.

Texto: Luísa Monteiro | Encenação: José Maria Dias | Interpretação: Eunice Correia, Fábio Nóbrega Vaz, Graziela Dias, Sara Túbio Costa, Coro – Setúbal Voz, Eduardo Dias (vídeo) e José Maria Dias (voz off) | Composição Musical: Jorge Salgueiro | Coreografia: Iolanda Rodrigues | Espaço Cénico e Desenho de Luz: José Maria Dias | Sonoplastia: Emídio Buchinho | Figurinos: Maria Luís | Assistência de Encenação, Vídeo, Fotografia e Imagem: Leonardo Silva | Investigação e Entrevistas: Jaime Pinho, João Santos, Vanessa Amorim | Operação Técnica: Leonardo Silva | Design Gráfico: Flávia Rodrigues Piątkiewicz | Produção Executiva: Patrícia Pereira Paixão | Captação Vídeo do Espectáculo: Bere Cruz, Hugo Andrade e Inês Monteiro Pires | Fotografia: Helena Tomás | Confecção do Figurino (Urso): Rosário Balbi e Luísa Nogueira | Confecção do Brinquedo (Urso de lata): Simão Feito à Mão | Arranjos de Guarda-roupa: Gertrudes Félix

Agradecimentos: CRIA – Centro em Rede de Investigação em Antropologia, IHC – Instituto de História Contemporânea e Escola Secundária D. João II, Helena Araújo, Helena Ferreira, Júlio Mendão, Rui Rosado, João Motta, Manuela Baptista, Jaime Ferreira, Sónia Augusto, Susana Nogueira e Joana Salvador

Estrutura financiada: República Portuguesa – Cultura, Direcção Geral das Artes e Município de Setúbal