SIMARSUL assinala 20º aniversário com conferência no Barreiro

O auditório Augusto Cabrita, no Barreiro, recebeu, a 27 de março, a primeira conferência que assinala o 20.º aniversário da SIMARSUL – Saneamento da Península de Setúbal, e que integra o “Ciclo de Conferências – 20 anos a Tratar o Futuro da Região” para celebrar os impactos positivos de duas décadas de serviço público de saneamento na península de Setúbal e fazer um balanço e projetar e discutir as perspetivas futuras em estreita articulação com cada município parceiro e de forma próxima com a comunidade e os principais stakeholders da SIMARSUL.

A conferência dedicada às “Sinergias para a Recuperação Ambiental do Território” foi moderada por Carlos Maurício Lopes – ex-administrador da SIMARSUL em funções de 2004 a 2013 – e contou com os seguintes parceiros: Carlos Guerreiro, vereador da Câmara Municipal do Barreiro, Luis Catarino, presidente do Arco Ribeirinho Sul, Susana Fernandes, administradora da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, Teresa Almeida, presidente da CCDR LVT (Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo), e Francisco Ferreira, presidente da Zero (associação ambientalista). Participaram também a administradora do Grupo Águas de Portugal, Alexandra Serra, o presidente da SIMARSUL, Francisco Narciso.

Foi recordado o contexto que levou à criação da SIMARSUL, a estratégia integrada local dos municípios do Barreiro e da Moita e a estratégia regional dos municípios da península de Setúbal, bem como as principais etapas da criação da empresa conduzindo à reflexão sobre as sinergias desenvolvidas e os desafios futuros.

Carlos Guerreiro, vereador da Câmara Municipal do Barreiro, valorizou o contributo da SIMARSUL na “melhoria da qualidade das águas dos rios”, e expressou “preocupações sobre soluções para os territórios do Arco Ribeirinho Sul”.

Alexandra Serra, administradora do Grupo Águas de Portugal, destacou “a confiança dos parceiros municípios, a competência dos trabalhadores da SIMARSUL, a convergência de objetivos regionais e nacionais, a colaboração entre parceiros e o compromisso para ultrapassar os desafios e criar soluções como fatores críticos do sucesso deste projeto regional transformador”, sublinhando que “o modelo organizacional da SIMARSUL de estreita cooperação com as autarquias, merece reconhecimento ao nível nacional e, até, inspira outras regiões da europa e do mundo”.

Carlos Maurício Lopes, ax-Administrador Executivo da SIMARSUL, recordou as condições de degradação ambiental, quer nos rios, quer no ar, resultantes da atividade industrial, que marcou a vida do Barreiro, por muitas gerações, destacando o projeto de criação da ETAR Barreiro – Moita construída pela SIMARSUL. O responsável lembrou “as dificuldades que existiram durante décadas de captar fundos europeus e com eles concretizar investimentos de grande importância para o desenvolvimento da região, situação que só se alterou com a criação da SIMARSUL que teve um papel decisivo ma melhoria das condições ambientais e na qualidade de vida das populações”.

Luis Catarino, Presidente do Conselho de Administração do Arco Ribeirinho Sul, salientou que foram realizadas “obras estruturantes, que contribuíram para a despoluição dos rios Tejo e Coina”. Na sua opinião, no futuro sistema de tratamento de águas residuais e abastecimento de água no território do Arco Ribeirinho Sul, devem “ser integrados nas redes do município, uma solução que é reconhecida como o inadiável, na continuação de medidas de desenvolvimento daquele território”. O responsável defendeu a necessidade imperiosa de ser pensado o futuro abastecimento de água, equacionado num novo modelo que sirva os 9 municípios da Península de Setúbal.

Susana Fernandes, da Agência Portuguesa do Ambiente, administradora da Região Hidrográfica do Tejo e Oeste, recordou que “a SIMARSUL sempre respeitou o cumprimento das normas de descargas residuais, e, tem contribuído de forma decisiva para a melhoria do meio hídrico da região”.

Teresa Almeida, presidente do Conselho Diretivo da Comissão de Coordenação Regional de Lisboa e Vale do Tejo, alertou para “a necessidade de se ter em atenção a revisão do PROT, que está em curso, porque essa revisão tem um papel central na coesão do território, na coesão social, nas matérias ambientais, na proteção do património ambiental e na implementação de um modelo de desenvolvimento”. A presidente da CCDR-LVT sublinhou “a importância da criação da NUT II, que abre um próximo ciclo de oportunidades, contexto que exige à península de Setúbal uma estratégia própria para captar fundos europeus, envolvendo entidades públicas e privadas”.

Francisco Ferreira, presidente da Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável, salientou que “a criação da Reserva do estuário do Tejo, e, a Reserva do Estuário do Sado foram de grande importância na valorização da biodiversidade e de preservação do património natural, zonas que se enquadram nos territórios sob influência da Ação da SIMARSUL, e, que esta ação tem contribuído para implementar melhorias ambientais”. O ambientalista apontou “a importância do Pacto Ecológico Europeu, sublinhado que o mesmo deve influenciar toda a gestão na área do ambiente” e considera ser “necessário existir mais informação sobre a gestão dos recursos hídricos e defendeu que deviam criar-se condições para que no estuário do rio Tejo existissem zonas balneares que se possam frequentar com qualidade e não continuar apenas com as zonas que existem na foz”.

Francisco Narciso, presidente do conselho de administração da SIMARSUL, salientou que “o sucesso inegável dos progressos obtidos na melhoria da saúde publica” durante estes 20 anos, salientando o que “estamos a fazer por um futuro melhor para o território”.

“No momento em que o Grupo Águas de Portugal assinala os seus 30 anos e a SIMARSUL 20 anos, fica mais uma vez evidente, que não só temos um histórico que muito contribuiu para alterar o panorama do desempenho ambiental no nosso país, como estamos muito comprometidos com o futuro, acelerando a economia circular da água e ação pelo clima, ambições que concretizam o nosso propósito de fazer a diferença na vida das pessoas, incentivando a inovação em prol de um futuro mais sustentável. Por isso o nosso lema «20 Anos a Tratar o Futuro.» “, sublinhou Francisco Narciso.

A SIMARSUL

A SIMARSUL – Saneamento da Península de Setúbal, S.A. foi criada pelo Decreto-Lei 34/2017, de 24 de março, e é responsável pela gestão e exploração do sistema multimunicipal de saneamento de águas residuais da Península de Setúbal, em regime de exclusivo e por um prazo de 30 anos.

É uma sociedade anónima de capitais exclusivamente públicos, tendo como acionistas a AdP – Águas de Portugal, SGPS, SA, em representação do Estado Português, e os Municípios de Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela, Seixal, Sesimbra e Setúbal.

Os investimentos realizados no Sistema Multimunicipal de saneamento de águas residuais da Península de Setúbal, ao longo de quase duas décadas, têm contribuído, de forma decisiva, para a preservação sustentável dos ecossistemas e da biodiversidade, para a melhoria dos recursos hídricos, para a valorização e circularidade da água e reutilização de recursos associados, para a qualidade de vida da população local e para a promoção do desenvolvimento e da competitividade regional – fazendo a diferença na vida das pessoas e do território.

A SIMARSUL continuará o investimento no seu Sistema Multimunicipal no âmbito do plano de investimentos em curso de empreitadas para o período tarifário 2017-2026, nomeadamente na conclusão de alguns subsistemas, na reabilitação de infraestruturas e na melhoria da eficiência e fiabilidade de processos.