Presidente da Câmara de Alcochete lamenta falecimento do fadista Salvador Duarte

A Câmara Municipal de Alcochete aprovou por unanimidade um voto de pesar pela morte de Salvador Duarte. Vítima de doença prolongada, o fadista faleceu a 18 de março, deixando “um vazio entre todos os que o estimavam”, refere o documento.

Salvador Catum da Silva Duarte nasceu a 14 de abril de 1945, na cidade do Montijo. Foi na cidade vizinha que cresceu e se fez homem. Aos 20 anos, o amor trouxe Salvador Duarte até Alcochete. Casou e passou a residir em Alcochete, onde criou os seus filhos.

O Fado foi sempre uma constante na sua vida, desde muito pequeno que deu voz à canção nacional, sobressaindo e colhendo a atenção por todos os locais por onde passava.

Em 1973 gravou o seu álbum de Fado, LP intitulado “Silva Duarte – A Voz do Povo”. Neste trabalho participaram os músicos António Chainho, José Luis Nobre Costa, José Maria Nóbrega e Raul Silva.

O presidente da Câmara Municipal de Alcochete, Fernando Pinto, lembrou que “reconhecido entre os seus pares e pelo público como um nome a destacar, com o fado manteve sempre uma relação de amor”. Profissionalmente, grande parte da sua vida foi dedicada a trabalhar na empresa “Firestone”, em Alcochete.

Cantou nas mais diversas casas de Fado em Lisboa, tais como Arreda, Faia, Painel do Fado, entre outras. Com o mesmo entusiamo cantava na noite de S. João, na praceta “velha”, porque o Salvador era assim, “um fadista conhecido por muitos, num tempo em que não existiam redes sociais, mas sempre humilde e amigo do seu amigo”, refere o autarca.

“Cidadão atento e disponível, Salvador Duarte tinha ainda tempo para se dedicar a diversas causas de solidariedade e participou ativamente em diversas associações culturais e coletividades de Alcochete e Montijo a destacar a direção da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro no Montijo e a Casa da malta em Alcochete”, recorda Fernando Pinto.

Foi também um grande impulsionador do intercâmbio cultural entre Portugal e Espanha, no caso, Alcochete – Ayamonte, trazendo às Festas do Barrete Verde e das Salinas, pela primeira vez, a “Charanga de los Ruedo”, assim como às Festas da Moita e Montijo. Em várias edições das Festas do Barrete Verde e das Salinas partilhou o seu conhecimento, organizando os apontamentos de Fado que as nossas festas contemplam.

O seu orgulho no Fado perpetuar-se-á no dedilhar da Guitarra Portuguesa pelo seu filho José Manuel Duarte, que se tornou músico profissional.

Salvador Duarte deixa “um legado de empatia e carinho, no seio familiar, mas também por cada canto que passou, nas mais diversas áreas e desde os mais novos aos mais velhos. Quando assim é, não se morre, vive-se na memória e no coração de quem não esquece. E Alcochete também não esquece Salvador Duarte”, conclui.