Romaria a Cavalo Moita – Viana do Alentejo regressa em abril

A 20.ª edição da Romaria a Cavalo entre Moita e Viana do Alentejo que regressa entre 20 e 24 de abril, após um interregno de dois anos devido à pandemia de covid-19, foi apresentada a 3 de março, no Picadeiro Real (antigo Museu dos Coches), em Lisboa, contando com a presença dos presidentes das câmaras de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte, e da Moita, Carlos Albino, dos representantes da Associação Equestre de Viana do Alentejo, Rui Moisés, e da Associação dos Romeiros da Tradição Moitense, Miguel Almeida e do pároco de Viana do Alentejo, Abraão Mwaikafana. A sessão contou ainda com a participação da secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira e do presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Vítor Costa.


Para o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo, Luís Miguel Duarte, este evento, pelas suas características e dimensão, “tem um peso muito forte na economia local”, adiantando que poderá ter 500 participantes. Recordando tratar-se do retomar de uma “importante tradição”, com raízes seculares, Luís Miguel Duarte enalteceu o património urbano, cultural, religioso e humano de Viana do Alentejo, garantindo que o concelho “estará pronto para receber todos aqueles que o queiram visitar”.
Esta edição da romaria, que retoma uma “tradição centenária” está a registar “uma afluência muito grande”, disse ainda o presidente da Câmara Municipal de Viana do Alentejo (CMVA), Luís Miguel Duarte. “Tinha a impressão de que as pessoas teriam um pouco de medo ainda, por causa da pandemia, mas essa minha opinião está a ser “contrariada”, porque está a haver uma afluência muito grande”, admitiu o autarca.


Segundo Luís Miguel Duarte, “a necessidade e a vontade que as pessoas têm de sair à rua” poderá, portanto, originar “uma participação ainda maior” num evento que, no passado, “já atingiu os 500 participantes” numa só edição. “Penso que este ano não iremos ficar muito atrás”, estimou o edil.


Já o presidente da Câmara Municipal da Moita, Carlos Albino, salientou que “é com grande expectativa, que todos esperam pelo regresso desta tradição”, manifestando “dupla satisfação: não só pela continuidade de uma tradição que nos define e que atrai visitantes de todo o país à Moita”, mas também por significar “um progressivo regresso à normalidade após dois anos de pandemia”.


A secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira, considera que a Romaria a Cavalo, “é uma antiga tradição que une as gentes [dos dois municípios] e o seu património cultural”, considerando ser “um dos maiores eventos equestres nacionais”, que proporciona uma relação especial entre o homem e a natureza, reforçando a ideia de que o “património cultural representa as memórias de um povo”.


A romaria partirá da Moita no dia 20 de abril, às 9h00, e a chegará a Viana do Alentejo a 23 de abril, pelas 17h30. Centenas de romeiros de vários pontos do país voltam a cumprir a tradição por caminhos de terra batida, trazendo consigo a imagem de Nossa Senhora da Boa Viagem, padroeira da Moita, que se junta, à chegada, à imagem de Nossa Senhora D’Aires, presente no santuário. Os participantes, a cavalo ou de charrete ou carroça, percorrem os cerca de 150 quilómetros da antiga canada real, mais conhecida por Estrada dos Espanhóis. O percurso da romaria sai da Moita, vai ao Poceirão, Casebres, Alcáçovas, São Brás do Regedouro, Viana do Alentejo e finaliza no Santuário de Nossa Senhora de Aires.


Além do caráter religioso, a romaria assume uma vertente mais lúdica que privilegia o convívio entre os participantes. A camaradagem entre os romeiros e entre as populações” das localidades que atravessa, revestindo-se de uma importante vertente económica para essas mesmas povoações. “Os restaurantes mexem, as pensões mexem, o comércio mexe no geral. É uma vertente muito importante”, admitiu Luís Miguel Duarte.


“Vem retomar uma tradição de há muitos anos”, quando “os agricultores traziam o seu gado ao Santuário de Nossa Senhora de Aires para o benzer”, além de pedir proteção e boas colheitas, conclui o autarca alentejano.
A romaria a cavalo realizava-se todos os anos, desde 2001, após um interregno de mais de 70 anos e até ser interrompida em 2020, devido à pandemia de covid-19.