No dia 25 de Abril de 2024 há várias razões para festejar: a Casa da Música Jorge Peixinho assinala um ano de actividade e celebram-se os 50 anos do 25 de Abril, efeméride que naturalmente marca o segundo trimestre de programação deste espaço municipal gerido pela Mascarenhas-Martins.
A data é sublinhada com uma programação especial que decorre durante todo o mês e que nos traz teatro, ópera e música: Corpo Suspenso, espectáculo autobiográfico de Rita Neves a partir do passado do seu pai na Guerra Colonial (13 de Abril); 1976, A evolução dos cravos (19 de Abril), uma ópera com música de Vítor Rua e direcção artística de Jorge Salgueiro, é uma criação da Companhia de Ópera de Setúbal; 25 de Abril em Portugal (25 de Abril) é um concerto do Grupo de Música Contemporânea de Lisboa (GMCL) que aborda repertório da autoria de Jorge Peixinho (e não só) e que conta com a participação de dois atores da Mascarenhas-Martins.
A música será um dos eixos de programação com maior destaque: Persona 77 (5 de Abril), banda do Montijo, apresenta logo no início de Abril Senta-te, o seu primeiro disco; Maria Reis (3 de Maio), cantautora lisboeta, metade de Pega Monstro e membro da Cafetra Records, toca na Casa da Música Jorge Peixinho no dia em que edita Suspiro…, o seu novo disco e sucessor de Benefício da Dúvida; a Orquestra Metropolitana de Lisboa, através dos Solistas da Metropolitana, traz-nos o Concerto Primavera Verão (10 de Maio), composto por obras de Vivaldi e Piazzolla; o GMCL, novamente com os atores da Mascarenhas-Martins, traz à Casa da Música Jorge Peixinho o concerto Música do Desas(sossego) (24 de Maio); os 5a Punkada (7 de Junho), banda da Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra que em 2023 celebrou 30 anos, também passam pelo auditório da Casa da Música Jorge Peixinho e logo com um concerto virado para o Jardim das Nascentes; o GMCL, em parceria com a Filho Único, traz os Encontros de Música Nova (6 de Julho) ao Montijo, um projecto em que quatro artistas escolhidos pela Filho Único cruzam esforços com o GMCL numa residência artística de uma semana que desagua num concerto também virado para o Jardim das Nascentes.
Outro grande destaque para este período de programação é uma nova criação da Mascarenhas-Martins, neste caso um disco de originais de Levi Martins com o título: O roque nunca vai acabar. A cantar pela primeira vez em português, o músico — director artístico da Mascarenhas-Martins e programador da Casa da Música Jorge Peixinho — inspirou-se nos seus filhos para fazer um disco para o público mais jovem sustentando que o rock é para toda a gente. No dia 1 de Junho, Dia Internacional da Criança, dá um concerto virado para o Jardim das Nascentes. O disco tem data de edição marcada para 31 de Maio.
No dia 19 de Maio, é a vez do CENDREV — Centro Dramático de Évora trazer ao Montijo o espectáculo Bonecos de Santo Aleixo, criado a partir desta tradição popular que se insere no teatro de marionetas e cuja salvaguarda e disseminação tem sido uma das missões da estrutura eborense.
Há ainda uma série de actividades complementares desenvolvidas pela Mascarenhas-Martins. Fórum (7 de Abril e 7 de Julho), é um espaço de reflexão partilhada entre a equipa da Mascarenhas-Martins e o público, tendo como objectivo aproximar a população do trabalho desenvolvido pela companhia e esclarecer eventuais dúvidas. Uma volta à casa (21 Abril e 18 de Maio) é uma visita à Casa da Música Jorge Peixinho, nomeadamente ao seu Auditório, Museu e Jardim, num percurso que pretende fundir o património material e imaterial deste lugar. Clube de Teatro: Apresentações Finais (13 de Julho) mais não é que isso mesmo, o resultado dos muitos meses de aprendizagem das três turmas do nosso Clube de Teatro, sob o leme dos formadores André Alves e João Jacinto.
Mas há mais: O texto (ainda) não morreu (14 a 16 de Junho) é uma transformação do anterior projecto O texto não morreu. Aquilo que era um ciclo de leituras de textos dramáticos que acontecia uma vez por trimestre passa a concentrar-se num só fim-de-semana e a aumentar a sua ambição: além das habituais leituras teremos mesas redondas, palestras, sessões abertas de leitura, entre tantos outros. José Maria Vieira Mendes, Marco Mendonça, Lígia Soares, Maria Giulia Pinheiro, são alguns dos nomes que vão marcar presença.
Fora da Casa da Música Jorge Peixinho, a Mascarenhas-Martins continua a exercer actividade junto de escolas e do movimento associativo local.
O projecto Melomania (17 de Maio e 21 de Junho), proposta de escuta colectiva de discos, continuará a realizar-se no espaço do Ateneu Popular de Montijo. E o aqui ao lado, projeto que leva programação cultural a todas as freguesias do Montijo vai oferecer quatro concertos em espaço público entre Julho e Agosto. Para Julho: Catarina Munhá (6 de Julho) em Sarilhos Grandes e Celina da Piedade e Ana Santos (27 de Julho) em Canha.
Fundada em 2015, a Mascarenhas-Martins é uma estrutura de criação artística que também se dedica à intervenção cultural e à acção pedagógica. A sua programação procura reflectir o seu carácter multidisciplinar, apostando numa oferta regular, ecléctica, destinada sobretudo à população do concelho de Montijo.
Apoios: República Portuguesa — Cultura / Direção-Geral das Artes, Câmara Municipal do Montijo, Junta de Freguesia da União de Freguesias do Montijo e Afonsoeiro, União de Freguesias de Atalaia e Alto Estanqueiro-Jardia, Junta de Freguesia de Canha, União das Freguesias de Pegões, Freguesia de Sarilhos Grandes
