Um grupo de sete produtores da península de Setúbal está no Brasil para mais uma ronda enogastronómica. Desta vez, as cidades escolhidas foram Brasília e Rio de Janeiro. Para apadrinhar este evento de promoção foi convidado o actor Paulo Rocha, natural de Setúbal e aceitou o cargo de embaixador do famoso néctar da região no Brasil, país onde desenvolve uma carreira artística de sucesso nas novelas da TV Globo.
Esta estratégia de internacionalização dos vinhos de Setúbal junto de mercados emergentes como o Brasil, Angola, Rússia e China tem conseguido aumentar as exportações. Por isso, pode dizer-se que é o caminho certo e os produtores da região têm sabido aproveitar estas oportunidades colocando os seus vinhos um pouco por todo o mundo.
O sector do vinho da península de Setúbal é um caso de sucesso que deve ser elogiado e incrementado pelas entidades competentes e pelo público em geral.
Hoje, para o viajante é possível ver e provar os vinhos de Setúbal em vários restaurantes e lojas especializadas pelos quatro cantos do planeta.
Nos concursos de renome internacional as principais adegas da região têm ganho imensos prémios. Casa Ermelinda Freitas, Adega Cooperativa de Pegões, Sivipa, José Maria da Fonseca ou Adega de Palmela, entre outras, têm trazido para o nosso país muitas medalhas de ouro. Actualmente, os concursos de vinhos internacionais acabam sempre por distinguir os de Setúbal e isso é uma honra.
Os vinhos de Setúbal são um excelente embaixador de Portugal no mundo. A exemplo do que aconteceu com os descobrimentos, onde os portugueses foram em busca do desconhecido conquistando terras novas e relacionando-se com os povos indígenas, com a devida diferença, os nossos vinhos desbravam mercados novos, dão a provar os nossos néctares e ganham corações.
Na passada semana realizou-se mais uma cerimónia anual da Comissão Vitivinícola da Península de Setúbal com o objectivo de distinguir os melhores da região. Foram entregues 39 medalhas de ouro. A XV edição do Concurso de Vinhos da Península de Setúbal ficou marcada pelo aumento, em relação ao ano anterior, de 25 por cento de amostras em prova e também pelo aumento de número de empresas participantes, atingindo a soma de 23, ultrapassando este ano todos os anteriores recordes.
Henrique Soares, presidente da CVRPS congratulou-se por “o concurso da região ter atingido um patamar de plena maturidade e consistência, em consonância com a dimensão e a importância que a península de Setúbal soube construir e com o prestígio de que hoje granjeia junto da crítica e, sobretudo, dos consumidores”.
O júri, composto por técnicos das várias regiões vitivinícolas portuguesas, Associação Portuguesa de Enologia, Associação de Escanções de Portugal e ASAE, imprensa da especialidade e representantes da restauração, num total de 23 provadores, esteve dois dias em provas na Casa Mãe da Rota dos Vinhos da Península de Setúbal, em Palmela.
Nos discursos de ocasião, os produtores vencedores realçaram mais do que o seu mérito a importância do sector na região e o trabalho feito por homens e mulheres em prol da qualidade dos vinhos.
Este ano, a Sivipa venceu o certame, pela primeira vez, já que nos anteriores a Casa Ermelinda Freitas e a Adega Cooperativa de Pegões dividiam sempre o pódio. Parabéns a todos.
Florindo Cardoso
