Novo busto de Joaquim José de Carvalho inaugurado no Dia do Concelho de Palmela

O Jardim Joaquim José de Carvalho, na vila de Palmela, tem um novo busto em homenagem ao Restaurador do Concelho que lhe dá nome. A obra escultórica, em pedra lioz, que foi inaugurada, a 1 de junho, Dia do Concelho de Palmela, é da autoria de Dino Godinho.

A cerimónia contou com a presença de autarcas, membros do Grupo dos Amigos do Concelho de Palmela (GACP), movimento associativo e familiares de Joaquim José de Carvalho e assinalou a reposição do Busto, depois de o original, em bronze, da autoria do Escultor Pereira da Silva, de 1994 e mandado construir pelo GACP, ter sido furtado em agosto de 2022.

O presidente da Câmara Municipal de Palmela, Álvaro Balseiro Amaro, considera que este momento tem “um significado especial”, adiantando que, após o furto, o município “percebeu a preocupação do Grupo dos Amigos” e “rapidamente percebeu que teria que ser o Município a avançar também para a contratualização deste trabalho”.

Para o edil, repor a escultura é “um ato de justiça perante uma injustiça que foi cometida, que foi fazerem desaparecer o Busto que, legitimamente, aqui nos fazia evocar esta memória e a importância do trabalho deste homem”, que deu um valioso contributo para a Restauração do Concelho em 1926.

O presidente do GACP e da Junta de Freguesia de Palmela, Jorge Mares, agradeceu à câmara municipal “por ter tomado a iniciativa de, logo a seguir ao roubo, mandar executar e suportar o custo da peça escultórica, de que nos orgulhamos muito”.

O autarca agradeceu também ao artista, que já conta com um espólio da sua autoria no concelho e foi “uma das pessoas que ajudou a pensar como íamos executar o busto”.

Jorge Mares agradeceu à Junta de Freguesia de Avintes (Vila Nova de Gaia) por ter cedido gentilmente o molde que foi utilizado para a construção do busto original e que está na sua posse. Para Jorge Mares, Joaquim José de Carvalho foi «a luz e o farol que nos ensinou a traçar as linhas orientadoras do desenvolvimento que o concelho tem tido», daí esta merecida homenagem.

As comemorações do Dia do Concelho prosseguem nos próximos dias. Consulte o programa completo em www.cm-palmela.pt .



Joaquim José de Carvalho (1895-1975)



Integrou a Comissão Pró-Concelho de Palmela, que obteve a Restauração em 1926, depois de 71 anos de integração no concelho de Setúbal.

Proprietário da Herdade do Pinhal do Assa, em Brejos do Assa, contactava de perto com as populações rurais e apercebia-se do seu descontentamento e do subdesenvolvimento a que Palmela estava votada. Nomeado Vereador da Freguesia de Palmela no Concelho de Setúbal, foi expulso em 1921 por integrar o Movimento Pró-Restauração do Concelho de Palmela, o que motivou um abaixo-assinado do Partido Republicano Democrático de Palmela.

Na sequência da Restauração, assumiu as funções de Presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Palmela, entre 1926 e 1929, com 31 anos e, mais tarde, entre 1946 e 1948. Entre várias obras marcantes dos seus mandatos, destaca-se o Jardim ao qual foi atribuído o seu nome em 1971.



Dino Godinho (Escultor)



Natural do Barreiro e residente em Sesimbra, começou o seu percurso profissional em 1987, com 16 anos, como entalhador e polidor de móveis na empresa Mobiconde, onde conheceu o escultor João Muniz, que o iniciou na arte da escultura. Em 1989, ingressou na Fortuna Artes e Ofícios e começou a esculpir quadros em madeira. Participou em várias feiras de artesanato, em representação da antiga Região de Turismo da Costa Azul, a fazer escultura ao vivo.

Em horário pós-laboral, tirou os cursos de talha e escultura na Fundação Ricardo Espírito Santo Silva, com o mestre Manuel Abrantes. Com esta formação, começou a fazer restauros em arte sacra e várias esculturas para particulares. Em 2012, iniciou uma parceria com uma empresa de mármores de Samora Correia, que deu origem à produção de escultura religiosa e fúnebre.

Nessa época, começou a receber as primeiras encomendas para obras públicas, onde se destacam o Monge do Convento da Arrábida para a empresa Lima Fortuna, vários bustos, entre os quais o de Venâncio da Costa Lima, em Quinta do Anjo, ou a Espada da Ordem de Santiago.