Museu Pedro Nunes reabre a 6 de Abril em Alcácer do Sal

dav

O presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Vítor Proença, vai inaugurar a 6 de Abril, às 15h30, as obras de requalificação do Museu Municipal Pedro Nunes, sito na Igreja do Espírito Santo, na cidade.

A cerimónia contará com as actuações da fadista Kátia Guerreiro e das bandas filarmónicas “Amizade Visconde de Alcácer” e da “Progresso Matos Galamba”.

Vítor Proença, em conferência de imprensa, realizada a 25 de Março, na Pousada de Alcácer do Sal, salientou que esta inauguração “reveste-se de um grande simbolismo”, lembrando que era “uma ambição bastante antiga dos executivos camarários e de todos os alcacerenses”.

“Foi um desafio árduo, sujeito às adversidades” mas “nunca desistimos”, frisou o presidente, considerando que este museu “será um marco na oferta cultura de Alcácer do Sal e do Alentejo Litoral” e “uma justa homenagem ao grande matemático e cosmógrafo Pedro Nunes”.

“Fechado ao público desde 2007, devido ao avançado estado de degradação, iniciou-se uma nova fase que teve como objectivo recuperar um património que faz parte da memória efectiva da nossa cidade, adequando-se às suas funções, sem desvirtuar o que outrora foi a Igreja do Espírito Santo, um espaço por si só com uma história com mais de 500 anos”, disse o edil.

Vítor Proença afirma que foi “necessário conceber de raiz um projecto de forma a adaptar o imóvel às suas funções”, numa “meticulosa intervenção”, que representa um investimento elegível de 775.140,38 euros, a que corresponde uma comparticipação do FEDER de 658.869,32 euros. A este valor soma-se a intervenção de conteúdos museológicos, que eleva o custo global da intervenção para 1,5 milhões de euros.

O autarca recordou que, numa primeira fase, foi “efectuada a conservação e acondicionamento das estruturas arqueológicas identificadas durante as escavações realizadas durante os anos de 2008 a 2010”. O projecto contemplou ainda “uma pequena área de estruturas visíveis (musealizadas) com o objectivo de preservar a memória das pré-existências do edifício e a exposição dos extractos arqueológicos, sobre as quais a Igreja do Espírito Santo foi implantada”, adianta.

O autarca sublinha que o projecto de arquitectura introduziu “novos espaços e infraestruturas adequadas ao funcionamento do museu” reinterpretando-se o coro, uma área “há muito tempo desaparecida, conseguindo-se, desta forma, alargar a área expositiva deste museu”.

“Houve necessidade de introduzir um novo percurso museológico renovado, moderno, de excelência, que pretende assumir-se como um espaço onde as pessoas se encontram com o passado e a identidade de Alcácer do Sal, mas sobretudo que compreendam o rio Sado que foi determinante na origem e desenvolvimento deste núcleo urbano e o seu papel decisivo nos contactos comerciais com o mediterrâneo”, disse o edil.

Vítor Proença revelou que a colecção a expor será “constituída por um variado espólio recolhido durante os trabalhos arqueológicos em várias áreas do concelho de Alcácer do Sal, integrando peças de diferentes categorias como cerâmica, medalhística, moedas, pequena estatuária, vidros, bronzes e que abrangem um período situado entre o séc. VII/VI a.c. e o séc. XIX”.

Serão também usadas novas aplicações interactivas que vai facilitar o processo de transmissão do conhecimento e conteúdos aos visitantes. De referir que foi realizado um filme sobre o museu e o rio Sado destinado a contextualizar a exposição.

Já Marisol Ferreira, coordenadora do Gabinete Municipal de Arqueologia, Património e Museologia, confessou que este projecto é “a minha menina dos olhos”, lembrando a luta de todos durante mais de 20 anos. “Desde 2007 quando fechou ao público, realizámos escavações e passámos a conhecer o passado de uma área desconhecida de grande parte dos investigadores”, disse a arqueóloga, acrescentando que “se não fosse o executivo e o presidente ternos apoiado, nunca teríamos conseguido, foi uma grande luta, entre 2014 e 2017, mesmo contra o próprio Estado”.

Por sua vez, Pedro Sobral, coordenador da equipa da museografia, classificou este projecto de “audacioso que vai orgulhar não só os salacienses como toda a região”.