Mercado 2 de Abril, em Setúbal: Projeto Garrrbage tem nova loja

O Garrrbage (Grupo de Ação pela Reciclagem, Reabilitação e Reencaminhamento de Bens Aproveitáveis – Geração Ecologista), projecto constituído por Domingos Nunes, Luís Teixeira, Lúcia Joaquim, Fernando Bonheira, José Carlos e Helena Freitas, tem uma nova loja, no Mercado 2 de Abril, em Setúbal, cedida gratuitamente pela autarquia sadina.

As lojas localizadas no piso térreo do mercado apresentam uma oferta variada. Armários, cómodas, bancos, cadeiras, mesas de centro, arcas e aparadores redesenhados a partir de móveis antigos, com defeitos ou partidos e encontrados por aí, são alguns dos artigos disponíveis.

“O que fazemos é um restauro”, afirma Domingos Nunes, do Garrrbage. “Apanhamos o que supostamente é lixo e reutilizamos a matéria-prima”. Quando os membros da equipa, constituída apenas por moradores da Bela Vista, tiveram a ideia de recolher artigos deixados junto dos contentores do lixo, guiados pelo espírito do “nada se perde, tudo se transforma”, estavam longe de imaginar que em apenas quatro meses conseguiriam recuperar mais de vinte peças, trabalho realizado numa oficina no interior do Bairro da Bela Vista, numa instalação cedida também pela autarquia.

À loja deslocam-se clientes de Setúbal, mas não só. Através das páginas do Facebook e do OLX, a procura de móveis, com preços a variar os 10 e os 150 euros, tornou-se nacional.

Aberta desde Outubro de 2015, a loja do Garrrbage, a funcionar aos sábados, das 9h às 13h, conta ainda com um espaço dedicado ao projecto de costura “Arte Linhas”, que nasceu também do “Nosso Bairro, Nossa Cidade”.

Apesar de a reabilitação ser feita apenas por aquele grupo de voluntários, que disponibiliza tempo livre para se dedicar a estas actividades, o projecto está aberto a outros moradores da Bela Vista, da Alameda das Palmeiras, do Forte da Bela Vista, da Quinta de Santo António e das Manteigadas, ou seja, às áreas habitacionais abrangidas pelo programa “Nosso Bairro, Nossa Cidade”.

Além de vendidas, as peças do são encaminhadas para quem necessita, em forma de doação, ou trocadas, de modo a compensar quem efectuou o trabalho de reabilitação, mas, sobretudo, para fazer face aos gastos com os materiais utilizados, como pregos, tintas e colas.

O reaproveitamento alcançado pelo Garrrbage contribui para a redução da quantidade de lixo que vai para os aterros e sensibiliza a população para a importância da reutilização de alguns artigos.