Greve na Atlantic Ferries vai afetar ligações entre Setúbal e Troia em julho

Os trabalhadores da Atlantic Ferries, empresa que assegura as ligações entre Setúbal e Troia, encontram-se em greves parciais para exigir aumentos salariais, que deverão afetar o transporte fluvial entre as duas margens do Sado até final de julho, sobretudo aos fins-de-semana.

As greves parciais de duas horas por turno terão lugar às sextas-feiras, sábados e domingos do mês de julho, das 10h30 às 12h30 e das 17h30 às 19h30.

Nos ‘catamarans’, que asseguram o transporte de passageiros, estão previstas paralisações, também às sextas-feiras, sábados e domingos, nos seguintes períodos: 09h30/11h30, 17h00/19h00 e 22h00/24h00.

Além das greves parciais de duas horas por turno, está ainda prevista uma greve ao trabalho extraordinário de 04 de julho a 30 de setembro.

Segundo Carlos Costa, da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que convocou a greve, “os trabalhadores da Atlantic Ferries já apresentaram um conjunto de reivindicações para 2024, mas a empresa ainda não respondeu, nem se disponibilizou para iniciar o processo negocial”.

“Os trabalhadores exigem um aumento salarial de 10% em 2024, para fazerem face ao aumento da inflação, e uma nova forma de remuneração do trabalho extraordinário que seja mais vantajosa, até porque se prevê um aumento significativo do trabalho extraordinário nas próximas semanas, devido à Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023”.

Sublinhando que a Fectrans espera uma adesão às greves parciais “muito próxima dos 100%”, o sindicalista disse ser importante iniciar “já o processo negocial face às dificuldades que os trabalhadores enfrentam com o aumento do custo de vida”.

Já a Atlantic Ferries garantiu que está “disponível para, diretamente e em conjunto com as associações sindicais envolvidas, encontrar soluções que aproximem os interesses dos trabalhadores e da empresa”, salientando que esta posição já foi transmitida aos sindicatos e delegados sindicais.

Por outro lado, a empresa lamentou “o não respeito pelo Acordo de Empresa em vigor até dezembro de 2023, pelo processo de negociação para 2024”, que deverá decorrer até final ano, considerando que está a ser alvo de “uma imposição unilateral extemporânea”.