Fidélio Guerreiro é candidato independente à Câmara de Setúbal

Fidélio Guerreiro, ex-militante socialista, que apresentou a candidatura à presidência da Câmara Municipal de Setúbal como independente nas eleições autárquicas que deverão acontecer entre Setembro e Outubro deste ano, defendeu o município deveria receber 200 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PPR).
A acompanhá-lo no movimento de cidadãos “Amar Setúbal” para a presidência da Assembleia Municipal de Setúbal está Francisco Carriço, empresário e antigo líder da Associação do Comércio e Indústria, Serviços e Turismo do Distrito de Setúbal. O director de campanha é o empresário Constantino Menino.
O candidato, de 77 anos, quês e afirma como “setubalense convicto” defende que o governo deve apoiar-se nos municípios para a aplicação do PPR. “O PRR devia ter uma distribuição equitativa pelas autarquias”, disse Fidélio Guerreiro, estimando que, “com uma distribuição equitativa do PRR, a Câmara de Setúbal deveria receber cerca de 200 milhões de euros”, valor que seria suficiente para o concelho recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19 “em dois a três anos”.
O antigo presidente da já extinta Associação Empresarial da Região de Setúbal (AERSET), que nos anos 80 também esteve ligado à Operação Integrada de Desenvolvimento (OID) que permitiu a recuperação económica da península de Setúbal, disse ainda que o concelho registou um acréscimo de “três mil novos desempregados” devido à pandemia de covid-19 e advertiu para a necessidade de se voltar a recuperar toda a economia da região e de “um novo modelo de desenvolvimento para o concelho” que passa pela criação de uma incubadora de empresas acompanhada de um centro de competências.
Fidélio Guerreiro defendeu também a criação das NUTS III da península de Setúbal, para que a região volte a beneficiar de apoios comunitários que perdeu com a integração na Área Metropolitana de Lisboa, em 2013, uma vez que o rendimento per capita na margem norte do Tejo é muito superior e inviabiliza o acesso dos municípios da margem sul a muitos apoios europeus. Aliás, considerou a decisão do governo do PSD/CDS-PP de criar “uma situação catastrófica”, classificando de “crime político nacional”.
NUTS é o acrónimo de “Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos”, sistema hierárquico de divisão do território criado pelo Eurostat para harmonização das estatísticas regionais dos vários países da União Europeia e que se subdivide em NUTS1, NUTS2 e NUTS3, sendo estas últimas, NUTS 2 e 3, as unidades administrativas que autarquias e as principais empresas da região reclamam para a península de Setúbal.
A ausência de resposta do atual Governo ao pedido de criação urgente das NUTS 2 e 3 da Península Setúbal foi uma das razões que precipitou a saída de Fidélio Guerreiro do PS, em Março deste ano.
Fidélio Guerreiro defendeu igualmente a necessidade de modernizar a Câmara Municipal de Setúbal e de se melhorar a capacidade de apoio do município a potenciais investidores, fundamentais para o desenvolvimento do concelho.
O candidato prometeu ainda criar a figura do Procurador do Cidadão, para acompanhar os pedidos e sugestões dos munícipes, bem como a concretização dos pedidos que sejam exequíveis.
Fidélio Guerreiro está convicto de que o movimento Amar Setúbal irá cumprir os requisitos legais para formalizar a candidatura independente à Câmara Municipal de Setúbal e promete candidatos a todas as juntas de freguesia do concelho
A CDU governa a Câmara de Setúbal com maioria absoluta, com um total de sete eleitos. O PS é, actualmente, a segunda força política do concelho de Setúbal, com três vereadores, enquanto o PSD tem apenas um.