Festival Queijo, Pão e Vinho atrai 18 mil visitantes

A 26.ª edição do Festival Queijo, Pão e Vinho, que decorreu de 1 a 3 de abril, em S. Gonçalo, freguesia da Quinta do Anjo, concelho de Palmela, recebeu, ao longo dos três dias de atividade, 18 mil visitantes, demonstrando ser um evento que continua a conquistar o público, pela qualidade dos produtos locais.


O festival que regressou em pleno em 2022, após dois anos em formato diminuto devido à pandemia do covid-19, mostrou o forte empenho e resiliência da organização da ARCOLSA – Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida, contando com 39 produtores de queijo, mel, vinho, doces e pão. O programa integrou os espaços de exposição e venda de produtos, gastronomia e animação musical, demonstrações equestres, tosquias e corridas de ovelhas e showcookings, entre outras atividades.


Na inauguração do evento, Francisco Macheta, da ARCOLSA, destacou a 1.ª mostra “Queijos de Portugal”, com todos os DOP (Denominação de Origem Protegida) do país, o projeto “Adote uma Saloia”, para preservação desta raça autóctone, em extinção, o bem-estar animal, através da presença do Centro de Recolha Oficial de Animais de Palmela (CROA), no festival, para adoção de cães e prestou reconhecimento às parcerias e expositores.
Francisco Macheta alertou para o perigo de extinção da ovelha saloia. “Neste momento, existem apenas 2 mil animais e para termos noção, em cinco anos passamos de 10 mil para menos 2 mil ovelhas saloias” e por isso “caminhamos a passos largos para a extinção”, afirmou o responsável, adiantando que o Museu do Ovilheiro tem 20 animais e pretende-se aumentar, “funcionando como uma reserva genética da raça”. De referir que a Escola Profissional da Moita, através e uma parceria, tem 10 ovelhas desta raça.


Luís Miguel Calha, vice-Presidente e vereador do Turismo da Câmara Municipal de Palmela salientou, os 26 anos de história de Festival, um percurso de sucesso feito por produtos que são únicos, cada vez mais prestigiados em Portugal e no plano internacional, que se afirmam, ano após ano, como verdadeiros embaixadores do concelho de Palmela, da região e do país.


“Hoje é para nós um dia feliz, porque depois de uma pandemia que tanto marcou e condicionou as nossas vidas, é possível estarmos de regresso aquele que é muito justamente considerado um dos maiores eventos da região de promoção dos nossos magníficos produtos locais”, disse Luís Miguel Calha sublinhando a aposta do município neste evento, o trabalho desenvolvido nesta área pela autarquia, em parceria com os agentes locais e a estratégia futura para a preservação e promoção das atividades tradicionais.


“Enquanto montra de excelência, o Festival Queijo, Pão e Vinho continua a ser uma forte aposta do município de Palmela e é, ao mesmo tempo, uma aposta na sustentabilidade do território. Mas é, também, uma componente incontornável do desenvolvimento rural, económico e turístico, conclui o autarca, deixando uma mensagem de esperança e otimismo dirigidas aos produtores e organização.


Natália Henriques, diretora da ADREPES – Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal, entidade que pela primeira vez faz parte da organização deste certame, revelou que nos últimos anos foram aprovados 7 milhões em projetos no concelho ligados ao mundo rural que criaram 100 postos de trabalho. Marcaram ainda presença António Mestre, presidente da Junta de Freguesia de Quinta do Anjo, entidades parceiras e apoiantes do festival.