O vereador da Cultura na Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, disse que a Festa da Ilustração é um espaço indissociável da Liberdadena, na cerimónia de abertura da nona edição, 30 de setembro, na Casa da Cultura, com exposições de Madalena Matoso e Martina Manyà.
“Em cada traço dos lustradores que têm passado ano após ano pela festa encontro sempre a vontade de continuar a acreditar que a Liberdade é indispensável na vida que temos”, sublinhou o autarca na inauguração do certame organizado pela Câmara Municipal de Setúbal, com várias parcerias.
Ao reiterar que a Festa da Ilustração é um espaço de Liberdade, o vereador Pedro Pina sublinhou o facto de, em 2024, se comemorarem os dez anos do certame e os 50 anos do 25 de Abril.
Numa referência à partilha e ao alcance cultural concretizado com a Festa da Ilustração, o autarca reiterou que a Cultura “é um desígnio que nos continua a faltar para estar na linha da frente das prioridades dos governos, das políticas e, acima de tudo, como elemento transformador das nossas vidas”.
A ilustradora Madalena Matoso, convidada nacional na edição 2023 do certame, está em destaque na Galeria de Exposições da Casa da Cultura com “Coisas Invisíveis”, mostra de originais com trabalhos feitos para os livros “Por Exemplo, Uma Rosa”, “Desenha Tudo o Que Quiseres” e “Como Ver Coisas Invisíveis”.
O curador da Festa da Ilustração, José Teófilo Duarte, disse que a exposição de Madalena Matoso, patente até 26 de novembro, tem a particularidade de revelar ao público um conjunto de obras originais “que mostram o osso dos trabalhos, antes das artes finais seguirem para produção gráfica”.
A exposição conta ainda com cartazes da ilustradora feitos para concertos da Sociedade Musical União Paredense. “Alimentam o trabalho que faço nos livros e, vice-versa”, apontou Madalena Matoso, ao passar em revista a mostra de trabalhos feitos em tinta sobre papel e colagem sobre papel.
O vereador Pedro Pina destacou a qualidade e a importância do trabalho de Madalena Matoso, maioritariamente composto por ilustrações feitas para livros infantis, que, afirmou, constitui “uma obra absolutamente notável e um legado educacional para quem queira usufruir”.
Igualmente na Casa da Cultura, inaugurada em simultâneo, está uma exposição de Martina Manyà, a convidada estrangeira, com trabalhos, pautados pelo caráter abstrato, apresentados na mostra “Contágio – Serigrafias Mutantes”, a qual está patente também até 26 de novembro no Espaço João Paulo Cotrim da Casa da Cultura.
“Das coisas que mais gosto de fazer é experimentar, sem narrativas lineares, onde tudo é permitido”, revelou a ilustradora catalã Martina Manyà que, para a festa setubalense, criou 45 serigrafias originais. “É uma série de brincadeiras, de formas, de cores e, sobretudo, de pessoas.”
Destaque ainda, esta tarde, para a abertura de uma mostra de Bernardo P. Carvalho patente na Casa d’Avenida até 31 de outubro, que leva o público à descoberta dos desenhos originais do ilustrador realizados ao longo de um ano na conceção da novela gráfica “Mar Negro”, que dá nome à exposição.
Além das três mostras inauguradas esta tarde e de um encontro especial do ciclo Muito Cá de Casa, realizado ontem com Martina Manyà à conversa com José Teófilo Duarte, o certame reservou ainda, esta noite, defronte da Casa da Cultura, o “Concerto da Festa!”, com Luís Vicente Trio.
A Festa da Ilustração reserva mais inaugurações no próximo fim de semana, desde logo uma mostra de homenagem à veterana Laura Costa, reveladora dos seus trabalhos, em particular os que produziu para livros e jogos tradicionais, a qual fica patente de 7 de outubro a 26 de novembro na Galeria Municipal do 11.
Já Inês Viegas Oliveira, vencedora do Prémio Nacional de Ilustração 2023, está presente em Setúbal com “O Duelo”, exposição que revela o primeiro trabalho literário da jovem ilustradora, com texto e ilustrações da própria, à descoberta do público de 7 de outubro a 30 de novembro, na Livraria Culsete.
O certame, com atividades centradas em outubro e novembro, reserva ainda mais um conjunto de mostras que se revelam no Museu do Trabalho Michel Giacometti, Casa do Largo, Casa Bocage, A Gráfica, Museu de Setúbal/Convento de Jesus e bibliotecas de Setúbal e Azeitão.
O ilustrador e muralista chileno Alejandro ‘Mono’ González, que esteve recentemente em Setúbal num encontro cultural, regressa com a mostra “Ditadura, nunca mais”, com cartazes realizados contra a ditadura de Pinochet, patente na Casa Bocage de 7 de outubro a 11 de novembro.
Já o Museu de Setúbal/Convento de Jesus recebe, de 7 outubro a 30 de dezembro, a mostra “Sérgio Godinho e as 40 ilustrações mais cinco”, que junta os quarenta trabalhos originais do projeto artístico a cinco ilustrações exclusivas de André Ruivo, Gonçalo Duarte, Inês Viegas de Oliveira, Mantraste e Martina Manyà.
O leque de exposições da Festa da Ilustração 2023 inclui também “Cthulhu Sadino”, um projeto de banda desenhada de Pedro Moura, Daniel Maia e Marco Gomes que proporciona um outro olhar para o choco frito setubalense, patente entre 7 de outubro e 30 de novembro no Museu do Trabalho Michel Giacometti.
“Ilustração Portuguesa” volta a estar presente no certame setubalense para servir de mostruário da ilustração da atualidade e vai estar de 7 a 31 de outubro em A Gráfica, espaço que recebem a 7, pelas 16h00, a Feira da Festa, a qual reserva venda de ilustrações, livros ilustrados e merchadising.
O programa da Festa da Ilustração 2023 conta ainda com as exposições “Ver ao Perto”, com trabalhos de artistas locais, de 7 a 29 de outubro na Casa do Largo, e “Pelo Sonho é que Vamos – Sebastião da Gama e a Serra da Arrábida”, de 7 a 31 de outubro nas bibliotecas de Setúbal e Azeitão.
O curador do certame, José Teófilo Duarte, adiantou que a nona edição da Festa da Ilustração arrancou, ao contrário de outras edições, somente com três exposições, opção programática que permite “poder viver e conviver mais intensamente com cada uma das muitas mostras do certame”.
O certame conta também com o encontro no âmbito da mostra “Sérgio Godinho e os 40 Ilustradores mais Cinco”, a 28 de outubro, às 16h00, no Museu de Setúbal/Convento de Jesus, o qual junta o músico Sérgio Godinho e os ilustradores André Ruivo, Gonçalo Duarte, Inês Viegas Oliveira, Mantraste e Martina Manyà.
A Festa da Ilustração reserva ainda dois lançamentos literários, ambos a 7 de novembro, concretamente da banda desenhada “Cthulhu Sadino”, às 16h30, no Museu do Trabalho Michel Giacometti, o dos catálogos da “Ilustração Portuguesa” e de “Laura Costa”, às 18h30, na Galeria Municipal do 11.
O programa do certame conta ainda com uma sessão especial da iniciativa “Às Páginas Tantas… Quantas?”, a 21 de outubro, pelas 15h30, na Galeria de Exposições e no Espaço João Paulo Cotrim da Casa da Cultura, para maiores de três anos, com bilhetes a cinco euros.
Por tudo isto, sublinhou o vereador da Cultura na Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, a Festa da Ilustração é “um grande certame que preenche vários recantos da cidade e, acima de tudo, um motivo de orgulho por ter tantos e grandes ilustradores a pintar as paredes dos equipamentos municipais”.
