Bispo de Setúbal já é sócio do Vitória Futebol Clube

O novo bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, já é sócio do Vitória Futebol Clube.

D. Américo Aguiar que tomou posse como Bispo de Setúbal, a 26 de outubro, visitou no dia seguinte o Estádio do Bonfim.

Recebido pelo presidente Carlos Silva e vários elementos da direção, o Bispo D. Américo Aguiar fez-se sócio do clube.

Segundo o VFC, o bispo “conheceu alguns dos nossos troféus e pisou o relvado do Bonfim, numa conversa onde ficou a conhecer mais sobre o nosso Vitória”.
“Obrigado Bispo D. Américo Aguiar pela sua presença e bem-vindo à nossa bonita cidade”, refere o Vitória.

De salientar que hoje, 28 de outubro, o novo bispo de Setúbal visita os Bombeiros Voluntários de Setúbal, a Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis e a Casa da Nossa Alegria, da responsabilidade das Missionárias da Caridade.

O cardeal Américo Aguiar tomou posse como bispo de Setúbal, em cerimónia realizada na igreja de Santa Maria da Graça, Sé de Setúbal, no dia em que também se completaram 48 anos sobre a ordenação episcopal de Manuel Martins como primeiro bispo de Setúbal (1975/1998), a que se seguiram Gilberto Canavarro dos Reis (1998-2015) e José Ornelas (2015/2022).

Naquela que foi a sua primeira intervenção pública, Américo Aguiar deixou transparecer a ideia de que não irá poupar nas palavras para denunciar as injustiças e para defender os mais desfavorecidos da Península de Setúbal, uma região que disse tem sido prejudicada pela “má vizinhança de Lisboa”.

“O que é certo é que, pelo facto de Setúbal ter sido integrada dentro dos critérios económicos e financeiros da capital, foi prejudicada nas últimas décadas por não ter acesso a fundos comunitários. São milhões e milhões [de euros] que não chegaram à península de Setúbal em razão dessa ‘má vizinhança'”.

“E agora já foi decidido que a partir de 2027, a NUT (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos) é destacada. E Setúbal vai ter possibilidade de respirar e de usufruir de fundos comunitários. Só quem não quiser ver. Olhamos para o país e o antes e o depois dos fundos comunitários faz toda a diferença. E a Península de Setúbal foi verdadeiramente prejudicada por estar inserida nos critérios de Lisboa”, frisou.

Américo Aguiar afirmou-se igualmente preocupado com a existência de mais ‘fait-divers’ do que diálogo e concertação nas sedes de decisão do país.

“Há sempre um ruído muito grande à volta de todas as questões. Agora, quando nós conhecemos a vida dos professores, a vida dos médicos, a vida dos polícias, a vida dos homens e mulheres das Forças Armadas, a vida das empregadas domésticas, a vida de qualquer trabalhador, a mim dói-me muito quando as pessoas chegam ao fim do mês e o seu ordenado não permite corresponder àquilo que são os seus compromissos”, disse.

“E isso é o primeiro nível de gravidade e de urgência a que nós, como sociedade, temos que corresponder, porque se os meus amigos ganham 800 ou 900 euros durante dez, 20, 30, 40 anos, isto não vai a lado nenhum. Não é possível sonhar, não é possível construir uma família, não é possível construir um Portugal moderno e um Portugal com futuro para todos”, acrescentou Américo Aguiar, com alguns dos principais problemas que afetam os portugueses, como a habitação, o ensino e a saúde.

Para o novo bispo de Setúbal, tantos problemas exigem o empenhamento de toda a sociedade portuguesa, que não pode perder “por falta de comparência”.

“Nós queixamo-nos, nós vamos para o café, nós vamos para as redes sociais, mas chega o dia das eleições e metade dos portugueses ficam em casa no sofá.

Ora assim não vai, assim não vai”, avisou o novo bispo de Setúbal.