Trotinetas da Bolt abandonam Setúbal

Os vereadores do PS questionaram o executivo da CDU sobre o fim da atividade da operadora Bolt, na operação de trotinetas e bicicletas elétricas partilhadas, em Setúbal, na reunião pública de 6 de fevereiro, e que medidas estão a ser tomadas, de forma a garantir a oferta de transportes alternativos de mobilidade partilhada no concelho.

Recorde-se que a operadora cessou o serviço na cidade a 31 de dezembro de 2023, não havendo desde então trotinetes nem bicicletas elétricas a circular, não renovando o memorando do projeto piloto, assinado em 2021, com a autarquia sadina.

Em comunicado, os vereadores do PS referem que “desde o início demonstraram ser contra o regime de monopólio que o município concedeu à operadora Bolt na operação de trotinetas e bicicletas elétricas partilhadas”, e questionaram o executivo CDU sobre “o que levou ao término abruto do protocolo e o que isto significa para a estratégia de mobilidade partilhada no concelho de Setúbal”.

“Como agora se verifica, os riscos de uma operação não concorrencial, em regime de monopólio, por parte da operadora resultaram na falta de salvaguarda do interesse do município e dos munícipes”, adianta o comunicado.

Os autarcas socialistas lamentam que “atualmente não existem alternativas que garantam o acesso a estes meios de transporte partilhados, os quais têm representado um importante contributo para colmatar as falhas existentes na rede pública de transportes e a proliferação do estacionamento tarifado no concelho, tendo, de igual modo, um impacto positivo na diminuição das emissões de CO2, contribuindo para a melhoria da qualidade do ar no meio urbano”.

A vereadora do Urbanismo da Câmara Municipal de Setúbal, Rita Carvalho, esclareceu que a hasta pública lançada pela autarquia sadina ficou deserta.

A autarca explica que foi apresentada “uma proposta em reunião de câmara de um regulamento e hasta pública em que a autarquia “definiu, tendo por base o serviço nos últimos dois anos, os pressupostos mínimos relativamente àquilo que considera uma futura operação, desde logo paragens obrigatórias em doca, física ou virtual, um terço dessas docas com carregamento elétrico, um alargamento da área de serviço, garantia da colocação da sinalização”. Só que “a hasta pública ficou deserta porque consideraram não haver condições”, lamenta Rita Carvalho.

“Para nós, a nossa exigência relativamente ao serviço, é aquela, consideramos que é o que melhor assegura o serviço prestado e a corelação dos diferentes utilizadores do espaço público”, sublinha Rita Carvalho, acrescentando que “o que estava em funcionamento era um projeto-piloto com uma das operadoras da mobilidade partilhada, que era a Bolt, por dois ano”, concluiu a autarca.