Sindicato dos médicos denuncia “situações graves” no Hospital de Setúbal

O Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) realizou, a 3 de Fevereiro, uma reunião sindical no Centro Hospitalar de Setúbal (CHS) com a presença de cerca de duas dezenas de médicos, onde foram denunciadas “situações graves que põem em causa os seus direitos enquanto trabalhadores e enquanto cidadãos”.

“No final de 2019, para suprir carências de profissionais de saúde, o conselho de administração (CA) pretendeu impor a realização de horas extraordinárias para além do limite legal – situação entretanto revertida após oposição firme por parte dos médicos e a intervenção do SMZS”, refere o sindicato. Contudo, “a escassez de profissionais de saúde mantém-se e aqueles que asseguram, penosamente, o funcionamento do serviço de urgência (SU) têm recusado assumir a responsabilidade por quaisquer incidentes relacionados com a falta das adequadas condições de trabalho”, adianta.

“Esta falta é também uma causa de insegurança, para os doentes e para os profissionais de saúde, nomeadamente médicos, como ficou patente nos recentes atos de agressões sobre médicos a trabalhar no SU, um deles com consequências físicas graves. O SMZS responsabiliza o CA por não assegurar as adequadas condições de segurança no trabalho para todos os seus profissionais”, alerta o sindciato.

O SMZS apela ao CA do CHS para que “valorize os seus profissionais e invista na melhoria da prestação de cuidados de saúde às populações, única forma de garantir um Serviço Nacional de Saúde (SNS) de qualidade”. “Os médicos são uma peça fundamental do SNS, pelo que se torna necessário garantir o respeito pelas carreiras médicas e assegurar que o seu exercício profissional se faça em condições que valorizem e respeitem o seu trabalho”, conclui.