A reabilitação da barca Nossa Senhora da Aparecida, embarcação tradicional de Sesimbra que ficou conhecida em 2005, depois de ter feito a travessia do Oceano Atlântico, entre Sesimbra e Porto Seguro, no Brasil, recriando a rota seguida em 1500 por Pedro Alvares de Cabral, já começou.
Os trabalhos estão a ser realizados no Porto de Sesimbra pelo Mestre Policarpo Botas, carpinteiro naval com mais de cinco décadas de experiência no trabalho com embarcações tradicionais em madeira.
A intervenção consiste no tratamento e reabilitação das madeiras e criação de condições de navegabilidade e segurança, para adaptação a fins museológicos, enquanto polo do Museu Marítimo, nomeadamente em atividades de investigação científica e em ações pedagógicas. Está ainda prevista a sua utilização no âmbito de projetos relacionados com a construção naval. Esta operação é apoiada pelo programa Mar 2020.
Construída em 1961, no estaleiro de Joaquim Farinha, um dos grandes construtores navais da “piscosa”, esta embarcação, com pouco mais de 10 metros de comprimento, foi utilizada durante várias décadas na atividade piscatória.
Em 2012, a Câmara Municipal de Sesimbra adquiriu-a para fazer parte do espólio do Museu e, desde então, foi utilizada no apoio a atividades das escolas, em filmagens sobre o património da Arrábida, nas Férias Jovens, ou em atividades do projeto Ciência Viva, entre outras.
De referir que, antes da viagem ao Brasil, a barca foi recuperada pelo mestre carpinteiro naval Acácio Farinha, cuja oficina de construção naval foi adquirida recentemente pela autarquia, também com o objetivo de a musealizar.
