Presidente da Câmara de Sines detido há 3 dias já foi ouvido pelo juiz de instrução

O presidente da Câmara Municipal de Sines, o socialista Nuno Mascarenhas, detido há 3 dias já foi ouvido, ontem à noite, 10 de novembro, durante quatro horas, pelo juiz de instrução, aguardando as medidas de coação.

A Câmara Municipal de Sines apenas emitiu um comunicado no dia 7 de novembro, onde referia que “o vice-presidente da Câmara Municipal de Sines confirma que, no decorrer do dia 7 de novembro de 2023, foram realizadas diligências nesta autarquia pelas autoridades judiciais competentes e que a Câmara Municipal se mantém colaborante com a investigação”. Não adianta, se o presidente continuará em funções.

Recorde-se que em troca de uma maior celeridade nos procedimentos administrativos em curso na autarquia para a construção do data center, da Start Campus, Mascarenhas terá pedido 5.000 euros para o Festival Músicas do Mundo e apoios a equipas de futebol, e nada para si.

O data center, um projeto que envolve nove edifícios, apoiado em 495 megawatts (MW) de potência, num investimento global de cerca de 5,7 mil milhões de euros.

O advogado do CEO Afonso Salema já revelou que este vai renunciar ao cargo para salvaguardar o projeto.

O Ministério Público já fez a lista dos crimes que imputam aos cinco arguidos detidos na“Operação Influencer”. No total, são 28 crimes: prevaricação, tráfico de influência, corrupção ativa e passiva – quanto a titular de cargo político, agravada – e recebimento indevido de vantagens quanto a titular de cargo público, agravado. Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, estão a ser investigados por seis crimes. Diogo Lacerda Machado por quatro.

Na lista de imputação dos crimes, no final do despacho, não estão referidos crimes relativos a João Galamba, a Nuno Lacasta nem a João Tiago Silveira.

Diogo Lacerda Machado, amigo de Costa, foi detido, tal como o chefe de gabinete de António Costa, Vítor Escária, e ainda Nuno Mascarenhas, autarca de Sines, Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, numa investigação que visaria os casos dos negócios do lítio, do hidrogénio e do centro de dados em Sines.

Nesse mesmo dia, foram ainda constituídos arguidos o ministro João Galamba e Nuno Lacasta, presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). João Tiago Silveira, sócio da Morais Leitão, é também arguido.