O presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, considera que a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Setúbal (AHBVS), é um importante agente de proteção civil do concelho, razão que levou a autarquia a aumentar o apoio à AHBVS. A revelação foi feita, a 19 de outubro, na sessão comemorativa do 139.º aniversário da corporação.
A Câmara Municipal e a AHBVS têm em vigor um protocolo para o funcionamento de um posto de trabalho no Centro Municipal de Operações de Socorro e outro para apoio a atividades de proteção civil e atividade operacional de proteção e socorro na freguesia de Azeitão, tendo os respetivos valores sido aumentados em julho, com efeito retroativo a janeiro de 2022.
O valor do primeiro protocolo passou de 7.476 para 10.200 euros mensais e o do segundo de 20.000 para 27.300, pelo que, segundo o edil sadino, são “verbas no montante global de 450 mil euros”, um esforço financeiro que considerou “apreciável”, mas “absolutamente necessário para assegurar a qualidade do socorro” no concelho.
O autarca recorda que o município investe ainda entre 4,5 e seis milhões de euros anuais na sua Companhia de Bombeiros Sapadores, para “garantir a operacionalidade e prontidão” e a “permanente modernização do equipamento”, o autarca considerou que “o socorro está garantido e bem garantido em Setúbal por este conjunto de homens e mulheres que prestam serviço” nos bombeiros.
Após sublinhar que os Bombeiros Voluntários de Setúbal são “um dos mais importantes e qualificados agentes de proteção civil” no concelho de Setúbal, com forças compostas por um “significativo número de bombeiros profissionais dotados da necessária e qualificada formação para desempenhar as missões de proteção e socorro que lhes são atribuídas”, André Martins recordou o combate ao incêndio de julho em Palmela.
A resposta operacional ao incêndio, “ao impedir que o fogo ganhasse novas proporções” no concelho de Setúbal e “no auxílio ativo no combate às chamas”, foi, de acordo com o autarca, a “melhor evidência” da “prontidão e qualidade” dos bombeiros sapadores e dos bombeiros voluntários de Setúbal. “Temos, nos nossos sapadores e nos nossos voluntários, duas forças de bombeiros de que nos orgulhamos”, garantiu.
Durante a cerimónia, o presidente da direção da AHBVS, Sérgio Varela, empossou José Henrique Marinho dos Santos como comandante do corpo de Bombeiros Voluntários de Setúbal e Nélio António Pacheco Condeço como segundo comandante, sublinhando que a escolha de um comando é “uma responsabilidade acrescida na gestão do bem mais precioso de qualquer organização – as pessoas que dela fazem parte”.
Segundo Sérgio Varela, presidente da AHBVS desde 30 de junho, “uma equipa faz um líder forte e um líder forte promove o constante desenvolvimento e motivação da equipa”, só assim sendo possível “promover, de forma contínua e profissional, os serviços junto da população setubalense e azeitonense”.
Depois de considerar que “é nos mares mais revoltos que se fazem os melhores marinheiros”, o comandante José Henrique dos Santos disse que a AHBVS tem tido, “no decorrer dos anos, a vontade, a determinação, a capacidade de liderança e o caráter necessários”, agradeceu aos homens e mulheres do corpo de bombeiros e garantiu a manutenção, “de forma inquestionável”, da “vontade de fazer cada vez mais e melhor”.
Em representação da Liga dos Bombeiros Portugueses, o comandante Clemente Mitra, apontou o aumento dos combustíveis e do gás, mas também do próprio salário mínimo nacional em 2023, “que é importante e pouco, se calhar”, para referir que se avizinham “tempos muito difíceis” para as associações de bombeiros.
“Algumas das preocupações da Liga dos Bombeiros Portugueses têm a ver com a sustentabilidade financeira das associações humanitárias e, sinceramente, o pano de fundo é negro”. admitiu.