Porto de Setúbal defende igualdade de género

Carla Ribeiro, vogal do Conselho de Administração da APSS (Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra) considera que “existem três realidades que se mantêm como limitativas de uma maior igualdade: o preconceito sobre as nossas capacidades enquanto mulheres, a assunção de responsabilidades familiares, e o acesso a cargos de topo, privados ou públicos. Os dados do nosso setor tendem a demonstrar que é necessário alterar esta realidade”.

Atualmente, as profissionais marítimas são poucas e a maioria das mulheres que trabalham no setor estão afetas a cargos relacionados com a inspeção de navios, nos serviços portuários e na logística. Relativamente ao acesso aos cargos de topo, a representação das mulheres em cargos de liderança também é limitada, persistindo as disparidades salariais entre homens e mulheres.

Carla Ribeiro adiantou, que a APSS quer “assumir o compromisso previsto na Meta Nacional para a Igualdade de Género (lançada pela Global Compact Network Portugal), traduzido no objetivo de alcançar 40% de mulheres em cargos de decisão até 2030, reiterando assim o nosso objetivo de promoção da igualdade de tratamento, de oportunidades e da participação equilibrada dos homens e das mulheres na nossa organização”.

Já Isabel Moura Ramos, vogal do Conselho de Administração da APSS, disse que “a nível mundial, as mulheres apenas representam 18% do total de trabalhadores, o que é muito pouco para um setor que tem uma forte componente de desenvolvimento social. Os portos precisam de investir mais nesta vertente e as mulheres são decisivas para se atingir esse objetivo”.

A “Igualdade de Género” no setor marítimo-portuário foi o tema principal da terceira sessão do Fórum Investir, Inovar e Descarbonizar, que a APSS – Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra, realizou a 17 de maio, e que decorreu no âmbito do Programa do Centenário do Porto de Setúbal. Esta iniciativa pretendeu assinalar o Dia Internacional das Mulheres no Setor Marítimo e debater a igualdade de género, reforçando o posicionamento das mulheres enquanto profissionais num setor que é tradicionalmente masculino.