Personalidades ligadas ao surf plantam 100 árvores e arbustos na Mata dos Medos na Costa da Caparica

Um grupo de 25 voluntários ligados à prática do surf plantou, esta segunda-feira, 26 de fevereiro, 100 árvores e arbustos na Mata Nacional dos Medos, na Costa da Caparica, concelho de Almada.

A ação resultou de uma iniciativa conjunta entre o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e a BlueRoom, empresa portuguesa dedicada ao fabrico de pranchas de surf, e juntou várias personalidades ligadas ao surf, nomeadamente Guilherme Paz, fundador da BlueRoom, António Silva, João de Macedo e Carolina Mendes, entre outros surfistas. Juntaram-se ainda personalidades portuguesas como Oceana Basílio, Ana Patrícia Carvalho, Luís Pedro Nunes, Joana Gonçalves e Rúben Correia.

Foram plantadas espécies autóctones de baixa estatura, provenientes do Viveiro Florestal de Valverde, Alcácer do Sal, nomeadamente: 50 zimbros, 50 medronheiros e 20 sanguinho-das-sebes.

“Ao longo dos últimos anos, o ICNF tem realizado diversas intervenções de gestão de vegetação, nomeadamente com redução de densidade do arvoredo, de forma a promover o desenvolvimento de arbustos e a contribuir para a diminuição da carga de combustível em locais mais sensíveis”, sublinha Nuno Banza, presidente do ICNF.

“Deixam-nos muito satisfeitos estas ações de voluntariado por parte da sociedade civil, que também contribuem para a permanente melhoria do património natural da Mata Nacional dos Medos”, disse Rui Pombo, diretor regional do ICNF Lisboa e Vale do Tejo.

“Enquanto empresa focamo-nos em desenvolver o nosso trabalho de forma séria e sustentável, sempre em prol do nosso planeta. Por isso, decidimos, em parceria com o ICNF, plantar uma árvore por cada prancha de surf produzida em 2023, esperando assim contribuir também para a preservação deste local único que é a Mata dos Medos”, referiu, por seu turno Guilherme Paz.

A Mata Nacional dos Medos está integrada na Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, implantada sobre o sistema dunar na plataforma litoral, delimitada pela arriba fóssil. Foi mandada semear no reinado de D. João V (1706-1750) com o objetivo de proteger a área agrícola interior da progressiva invasão dos medos (lê-se “médus”), ou dunas.

Classificada como Reserva Botânica em 1971, a mata estende-se por cerca de 5 quilómetros entre a Descida das Vacas e a Fonte da Telha, ocupando cerca de 340 hectares. Nela podem observar-se exemplares de pinheiro-manso e de sabina-da-praia/zimbro, o carrasco, o sanguinho-das-sebes, a aroeira e o lentisco-bastardo. De destacar ainda a presença de rosmaninho, da camarinha, do açafrão-bravo, da madressilva e de várias espécies de orquídeas.