Para ajudar vítimas dos incêndios: Bombeiros Sapadores de Setúbal despem-se por uma boa causa

Um grupo de Bombeiros Sapadores de Setúbal voltou a despir a farda para um calendário de 2018 sexy, abraçando uma causa social, ajudando  as vítimas queimadas e alertar para a falta de uma unidade de queimados para crianças.

A iniciativa, que contou com o apoio logístico da autarquia sadina, foi coordenada pelos bombeiros José Guilherme, Tiago Silva e Tiago Belchior. O trabalho começou há vários meses, tendo os bombeiros promovido uma série de castings e sessões fotográficas com os colegas da companhia.

Com o lema “Juntos ajudamos quem mais necessita”, o calendário tem um custo de cinco euros, pode ser comprado directamente na companhia ou na página do Facebook criada para o efeito, e vai ajudar a Associação Amigos dos Queimados, uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) de âmbito nacional, que dá apoio a doentes queimados.

“São cinco mil calendários disponíveis por agora, mas esperamos uma grande procura e estamos preparados para fazer mais”, refere José Guilherme.

Tiago Belchior afirmou que apesar de quererem ajudar esta causa, os bombeiros querem “alertar também para a falta de uma unidade de queimados pediátrica”. “Uma Unidade de Queimados para crianças e é importante alertar para essa falha”, afirmou.

“O dinheiro angariado irá reverter directamente na ajuda a vítimas queimadas, sejam pelos últimos incêndios a nível nacional, bem como outros que sofrem este tipo de lesões graves, quer seja em acidentes de trabalho, domésticos, entre outros”, pode ler-se na página do Facebbok.

“Queremos também alertar para um facto incontornável, que é a inexistência de uma unidade pediátrica para crianças queimadas. Gostaríamos, com a ajuda de todos chamar a atenção dos órgãos competentes para que se reverta esta situação urgente. Ao adquirir o seu calendário estará a contribuir directamente para a intervenção na vida destas pessoas”, refere ainda.

De referir que Portugal tem cinco unidades de queimados, mas não tem uma unidade específica para crianças.

A verba será canalizada para o pagamento de material compressivo doado pela IPSS às cerca de cem vítimas de incêndios que apoia, mas também para suportar custos dos campos de férias realizados com os mais novos e termas de Monfortinho para os adultos. “Temos um acordo com uma empresa alemã que produz fatos compressivos para crianças e para os adquirir, precisamos de verbas”, afirma, a título de exemplo, Celso Cruzeiro, presidente da IPSS com sede em Coimbra e delegação em Lisboa cuja receita provem das quotas dos 400 associados, angariações de fundos e apoios de empresas.

“Há um longo caminho a percorrer após a alta hospitalar no regresso ao quotidiano, tanto a nível de tratamento das mazelas como a nível psicológico e legal, nomeadamente no regresso ao trabalho e é aí que a IPSS entra”, adianta Celso Cruzeiro.

Não é a primeira vez que os Bombeiros Sapadores de Setúbal se juntam, sem preconceitos, para iniciativa solidária deste género. Em 2013, o calendário foi um sucesso angariando milhares de euros. Foi uma ideia pioneira em Portugal, sendo depois seguida por outras instituições.