O Instituto Politécnico de Setúbal (IPS) recebeu, a 2 e 3 de novembro, o Fórum Sino-Português sobre Cooperação e Desenvolvimento no Ensino Profissional e Superior, acolhendo uma comitiva da região chinesa de Tianjin, entre representantes do Governo Popular Municipal, Comissão Municipal de Educação, Academia de Ciências da Educação e da Escola Vocacional de Mecânica e Eletricidade.
No encontro, que decorreu a um mês do 5º aniversário da Oficina Lu Ban Portuguesa, instalada na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS) numa parceria com o Governo Municipal de Tianjin, especialistas de Portugal e da China fizeram uma avaliação positiva sobre o desempenho do laboratório de indústria 4.0, reforçando os principais objetivos deste projeto: qualificar jovens e integrá-los num mercado de trabalho cada vez mais competitivo e especializado.
O fórum, que reuniu autoridades governativas, academia e tecido empresarial de ambos os países, contou, na sessão de abertura, com a presença do secretário de Estado do Ensino Superior, Pedro Nuno Teixeira, que realçou a importância de se continuar a apostar na qualificação de jovens, mas também de haver instituições “fortes, diferenciadas e inovadoras” que apresentem opções aos futuros estudantes, sem perder de vista a ligação ao tecido empresarial e às suas necessidades.
Na sua visão para o que deve ser a internacionalização, o governante referiu a importância de um olhar mais seletivo que privilegie projetos com uma forte dimensão de ensino, que valorize “a relação com o território e com a comunidade”, utilizando essa relação para “alavancar a sua cooperação internacional”.
Ângela Lemos, presidente do IPS, salientou o facto de a parceria com a região chinesa de Tianjin, materializada nesta Oficina, permitir “o desenvolvimento e intervenção no território, tornando as empresas mais competitivas, fortalecendo as relações entre o ensino superior politécnico, com uma vertente prática e laboratorial muito forte, e as empresas da nossa região”.
Segundo a responsável, este fórum representou igualmente “um momento de compromisso na promoção de um ensino de qualidade com recurso a novas tecnologias e a recursos altamente sofisticados, fazendo da nossa parceria um espaço de formação e de procura de soluções para problemas concretos da comunidade académica e das empresas”.
Também para o presidente da Câmara Municipal de Setúbal, André Martins, a cooperação entre nações é uma ferramenta fundamental para o progresso e a inovação no ensino. “A presença da Oficina Lu Ban em Portugal é um testemunho vivo da partilha do conhecimento e tradição entre os nossos países. A formação profissional é uma pedra angular para o desenvolvimento económico e social, as parcerias entre instituições de ensino em Portugal e na China têm permitido a troca de conhecimento, boas práticas e tecnologias de ponta que, não só beneficia os estudantes envolvidos, como também as indústrias e a economia dos dois países”, referiu na sessão de abertura.
Da comitiva de Tianjin, o presidente da Escola Vocacional de Mecânica e Eletricidade, Wang Weiyuan, mostrou a disponibilidade para explorar novas oportunidades de cooperação e desenvolvimento no âmbito da educação vocacional. Em Setúbal, lembrou, foram instalados 16 conjuntos de equipamentos mecânicos de ponta que funcionam como uma “plataforma para o desenvolvimento de talentos altamente qualificados”, destacado a ambição de que a “Oficina Lu Ban em Portugal se torne um projeto exemplar e pioneiro da colaboração sino-portuguesa e no contexto global das oficinas Lu Ban”, que são uma marca de renome em educação vocacional.
Para além das intervenções de docentes e investigadores sobre o modelo EPIP (Engenharia-Prática-Inovação-Projeto), utilizado para formar profissionais altamente qualificados, foi ainda assinado um memorando de cooperação futura entre a Escola Vocacional de Eletricidade e Mecânica de Tianjin e o Instituto Federal de Santa Catarina, Brasil, tendo sido renovado o acordo estabelecido entre esta escola chinesa e o IPS para desenvolvimento da Oficina Lu Ban Portuguesa. Recorde-se que o documento prevê uma componente de articulação com o tecido empresarial, que vê nesta plataforma uma forma de os estudantes entrarem em contacto com equipamentos de ponta, facilitando a sua integração profissional.
