O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, presidiu à cerimónia de inauguração do Monumento ao Cante Alentejano, a 27 de novembro, em Odemira, onde destacou, a importância da dimensão intergeracional do cante alentejano, considerando que “o cante está vivo e recomenda-se”. Pedro Adão e Silva afirmou que o Cante tem sido “um elemento central da cultura” alentejana e, aos longos dos anos, tem sido responsável pela promoção do “vínculo social”.
Este momento simbólico para Odemira e para o território assinalou os oito anos da classificação do Cante Alentejano como Património Imaterial da Humanidade pela UNESCO. O Ministro afirmou que “é um reconhecimento merecido, é um reconhecimento que tem sido apoiado e que tem também correspondido a uma renovação do cante alentejano. Acho que essas duas dimensões, a do reconhecimento da memória e a renovação, são cruciais para manter o cante vivo”. Neste dia de festa do Cante em Odemira, o Ministro sublinhou o interesse de ali encontrar “vários destes grupos, já com jovens, muitas crianças e muitas mulheres. Há aqui uma transmissão intergeracional, às vezes até mais de avós para netos, saltando uma geração, em que se pode ter perdido um pouco a dinâmica e a energia do cante, mas acho que o cante está vivo e recomenda-se”.
Com a criação deste monumento, o Município pretende “inscrever Odemira naquilo que é o tributo ao cante alentejano e constituir-se como primeira porta de entrada no território alentejano”, sublinhou o Presidente da Câmara Municipal de Odemira, Hélder Guerreiro. Desta forma celebra-se “os grupos corais, a nossa tradição, o nosso cante e também a inovação que vai acontecendo no cante no Alentejo”, adiantou o autarca. “Temos um património imaterial muito diverso, como de resto é o concelho de Odemira no todo e que estamos a fazer tudo para que seja preservado, continue a inovar, a fazer parte do nosso dia-a-dia, da nossa identidade que, na verdade, nos vai constituindo como alentejanos que somos e que nos diferencia”, realçou.
Com o Monumento ao Cante Alentejano, localizado na Quinta da Estrela, em Odemira, o município presta homenagem ao Cante Alentejano e aos seus intérpretes, perpetuando a sua memória e incentivando as novas gerações a manterem viva esta prática expressiva tradicional. A escultura, que representa um grupo coral de grandes dimensões, com 12,5 metros de comprimento, 6 metros de altura e mais de 14 toneladas de peso, é da autoria do escultor Fernando Fonseca e a execução esteve a cargo da empresa Gate7.
Fernando Fonseca explicou que “esta obra é, na verdade, aquilo que eu sinto como sendo a alma do povo alentejano”, considerando que “o Cante é a circunstância onde se exprime mais a cultura alentejana.” Para o escultor “esta peça representa a espiritualidade, a força, o que une os alentejanos e os carateriza