Miguel Rodrigues, neurologista da Clínica CUF Almada é um dos vencedores de Bolsas de Doutoramento em Medicina

A CUF atribuiu, a 20 de janeiro, cinco Bolsas de Doutoramento em Medicina no valor de 100 mil euros, numa cerimónia realizada no Centro do Conhecimento do Hospital CUF Descobertas. Os Projetos vencedores são nas áreas de Neurologia (Miguel Rodrigues da CUF Almada), Medicina Intensiva, Anatomia Patológica, Ortopedia e Pediatria.

A cerimónia de entrega da 7.ª edição das Bolsas decorreu no âmbito das 1as Jornadas de Investigação Clínica CUF – um evento que dá a conhecer o contributo da CUF para a realização de investigação clínica nos seus diferentes hospitais e clínicas, com a apresentação de resumos de ensaios clínicos, estudos observacionais e trabalhos científicos realizados com bolsas atribuídas pela CUF.

Desde que foram criadas, em 2014, a CUF já atribuiu 34 Bolsas de Doutoramento em Medicina, no valor global de 680 mil euros, a profissionais de saúde que trabalham na rede CUF e que estão a realizar programas de doutoramento em escolas de medicina nacionais.

Para Rui Diniz, Presidente da Comissão Executiva da CUF “este investimento representa a contínua aposta da CUF no progresso da Medicina e da Ciência no país, encarando o apoio à participação de profissionais de saúde em atividades de investigação e a cooperação com instituições universitárias como uma prioridade estratégica para o desenvolvimento do conhecimento e consequente melhoria da prestação de cuidados de saúde à população”.


Cinco projetos vencedores

Acidente Vascular Cerebral, Doença Respiratória Aguda, Carcinoma Tubo-Ovárico, Síndrome de Conflito Femoroacetabular e Diabetes Mellitus tipo 1 são o foco dos projetos de investigação selecionados para a atribuição das Bolsas de Doutoramento em Medicina da CUF.

Avaliadas por um júri independente presidido por António Rendas, professor catedrático de Medicina e investigador, as Bolsas de Doutoramento em Medicina da CUF são atribuídas a projetos de diferentes especialidades médicas.

Com o estudo “Análise de efetividade e utilidade das estratégias de abordagem do Acidente Vascular Cerebral através da metodologia de avaliação de tecnologias de saúde” que pretende, avaliar o tratamento agudo do Acidente Vascular Cerebral (AVC) em Portugal, estabelecendo um conjunto de modelos de decisão, capazes de comparar o custo de cada AVC e os benefícios em saúde atribuídos a cada estratégia de tratamento, Miguel Rodrigues, neurologista na Clínica CUF Almada, recebe uma das bolsas.

Com o projecto de investigação ”Diálise Pulmonar – utilização da diálise convencional para remover o CO2 na insuficiência respiratória aguda sob ventilação mecânica”, Tomás Lamas, especialista em Medicina Intensiva no Hospital CUF Tejo, é distinguido com uma das bolsas. Os doentes em falência respiratória grave sob ventilação mecânica podem acumular CO2 em excesso no sangue e com elevada mortalidade. Esta tecnologia ainda tem constrangimentos técnicos e efeitos secundários relacionados com a anticoagulação e risco hemorrágico, que não contribuem para a situação delicada do doente. O trabalho premiado vai estudar um método alternativo, mais simples e sem o risco hemorrágico para o tratamento destes doentes.

Na área de Anatomia Patológica, Catarina Alves do Vale, Médica Interna no Hospital CUF Descobertas, vê o seu “Estudo da oncogénese do carcinoma tubo-ovárico e indução de fenótipo ‘BRCAness’ como estratégia terapêutica” premiado. O cancro do ovário é a principal causa de morte por neoplasias ginecológicas nos países desenvolvidos e sabe-se que as mulheres que herdam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 apresentam maior risco de desenvolver este tipo de cancro. O projeto tem por objetivo atuar em dois pontos temporais distintos da doença. Por um lado, gerar conhecimento sobre os perfis moleculares das células com mutações BRCA, contribuindo para o desenvolvimento de estratégias de prevenção de base imunológica. Por outro lado, explorar o efeito de fármacos que reduzem a expressão destes genes.

Pedro Dantas, ortopedista na Clínica CUF Alvalade e no Hospital CUF Descobertas é também distinguido pelo projeto “Pressão e força de contacto na síndrome de conflito femoroacetabular tipo cam.” A morfologia do tipo cam pode ser um fator de risco modificável para a artrose da anca, pelo que uma intervenção precoce é uma boa opção em doentes jovens sintomáticos. O objetivo deste projeto premiado é desenvolver uma cânula e um sensor específico para a cirurgia artroscópica da anca, por forma a avaliar a força e a pressão de contato femoroacetabular no CFA tipo cam e de que forma a remoção do cam influencia estes parâmetros. Prevê-se assim a criação de uma nova ferramenta para confirmar uma correção óssea adequada e otimizar a restauração da biomecânica da articulação.

É também atribuída uma bolsa ao projeto “Vesículas extracelulares na urina: biomarcadores não-invasivos da função das células β na diabetes em idade pediátrica” de Joana Serra Caetano, pediatra no Hospital CUF Coimbra. Um dos maiores desafios na abordagem da Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1) é a sua identificação numa fase precoce, antes da destruição das células β pancreáticas, responsáveis pela produção de insulina, ser superior a 70%. Neste contexto, este projecto pretende identificar, de forma não invasiva, o início do declínio da função das células β pancreáticas, através da caracterização de vesículas extracelulares na urina em crianças e jovens com diabetes. Prevê-se que a definição deste biomarcador permita identificar uma janela de oportunidade para a utilização de terapêuticas, quer de preservação da função pancreática, já existentes, quer, futuramente, de tratamentos capazes de restaurar essa função, alcançando a cura da DM1.

A cerimónia de entrega das bolsas conta com a presença da Presidente da Agência de Investigação Clínica e Inovação Biomédica, Catarina Resende Oliveira, com o Presidente do Júri, António Rendas e com o Presidente da Comissão Executiva da CUF, Rui Diniz.