Museu de Setúbal vai ser inaugurado a 15 de setembro, Dia da Cidade

O presidente da Câmara Municipal, André Martins, anunciou que as obras de requalificação do Museu de Setúbal no Convento de Jesus vão ser inauguradas a 15 de setembro, Dia da Cidade e de Bocage.

André Martins salienta que “a reabertura do Museu de Setúbal com todo o seu espólio, que não foi possível ver nos últimos 23 anos, devolve a todos os habitantes do nosso concelho e a quem nos visita a possibilidade de conhecer melhor a nossa história coletiva e de reforçar a nossa já forte identidade”, adiantando que “o Dia da Cidade e de Bocage ficará assim marcado, em 2024, pela total conclusão da reabilitação e requalificação desta nossa joia arquitetónica, que tanto nos orgulha”.

“Na sequência da visita que fiz às obras do Convento de Jesus e da avaliação dos trabalhos relativos às obras e à musealização, concluiu-se ser possível e desejável fazer a inauguração do museu reinstalado no convento, bem como da terceira fase das obras”, afirma André Martins, sublinhando que “estamos muito orgulhosos de podermos concluir este processo que resulta de uma decisão do executivo municipal da CDU”.

Para o edil sadino “podemos classificar a conclusão desta fase final da obra iniciada pela Câmara Municipal de Setúbal em 2015 como um momento histórico para a cidade e para todos os setubalenses e azeitoneneses”, porque estas obras “impediram a ruína deste importante monumento que marca o início do estilo manuelino, depois de mais de duas décadas em que esteve encerrado ao público em resultado da falta de vontade e de coragem política para resolver o problema da decadência deste monumento nacional e de interesse internacional, uma vez que foi ali ratificado o Tratado de Tordesilhas”.

André Martins considera que esta obra resulta “do trabalho do executivo da CDU na Câmara Municipal de Setúbal que, mesmo perante as enormes dificuldades que se colocavam da parte do poder central para avançar com as imprescindíveis ações de reabilitação e requalificação, nunca desistiu de devolver ao concelho este monumento, mas agora totalmente reabilitado e com novos atrativos”.

O presidente André Martins recorda que estamos “perante um projeto de reabilitação que tem a assinatura do prestigiado arquiteto José Luís Carrilho da Graça, num processo em que esteve também envolvido professor Fernando António Baptista Pereira”.

Todo o Convento de Jesus, ao contrário do que acontecia, passará a ser um espaço museológico, com mais de quinhentas obras de arte em exposição.

A valiosa coleção de pintura quinhentista, que esteve nos últimos anos no antigo Banco de Portugal, regressa ao Convento, numa nova galeria especialmente preparada para esta finalidade e onde as pinturas serão recolocadas como estavam originalmente expostas.

A Sala do Capítulo foi completamente restaurada, assim como o Coro Alto, e serão reabertas, com novas condições, as galerias de exposições temporária e permanente na ala poente. Na ala norte e na ala nascente são criadas duas galerias de exposições permanentes.

À reabertura do Convento de Jesus fica associada toda uma programação cultural garantida por um serviço educativo e destinada a todas as faixas etárias.

O renovado museu será um espaço preparado para acolher todos, uma vez que foi pensado de acordo com as necessidades das pessoas com mobilidade reduzida.

Iniciada em fevereiro de 2022, esta terceira e última fase do projeto consiste na beneficiação e o alargamento da área expositiva do equipamento cultural, num investimento 2 milhões 299 mil e 27 euros.

Esta empreitada finaliza a recuperação do Museu de Setúbal/Convento de Jesus, com a execução de trabalhos no interior das salas expositivas, localizadas nas alas norte e nascente, que incluem os projetos de conservação e restauro, museografia e de iluminação museológica.

A intervenção incide nos pisos 0 e 1 e inclui o alargamento da área expositiva e beneficiações na zona exterior, designadamente no Pátio do Claustro, além de trabalhos de especialidades ao nível de estruturas, instalações elétricas e instalações mecânicas de climatização e ventilação.

O projeto incluiu três fases de intervenção, representando um investimento global de perto de nove milhões de euros, com a câmara municipal a suportar metade do valor. O valor restante é proveniente de fundos comunitários resultantes de candidaturas aprovadas pelo Lisboa 2020 – Programa Operacional Regional de Lisboa.

A primeira fase das obras, concluída em 2015, incidiu na recuperação estrutural de todo o convento, com execução da cobertura e restauro da ala poente. A ala nascente e duas outras salas foram também intervencionadas e construiu-se um novo edifício para a área técnica do Museu de Setúbal, tendo ainda sido integralmente escorada a Sala do Coro Alto e Deambulatório, por apresentar sinais de degradação muito avançados.

A necessidade de centrar atenções na Sala do Coro Alto fez com que os trabalhos previstos na primeira empreitada não tenham sido concluídos no piso térreo, para assegurar a prevenção e salvaguarda do património integrado até estarem garantidas as condições de estabilidade e segurança.

Na segunda fase do projeto, concluída em outubro de 2020, foi executada toda a envolvente exterior do convento, assim como o Deambulatório, a cafetaria, duas salas, a Sala da Roda e instalações sanitárias e permitiu a reabertura de mais espaços de visita ao público, em particular a Sala do Capítulo, os Claustros e a Sala do Coro Alto.

O sistema composto de reboco à base de cal para o revestimento exterior do edifício está enriquecido com cortiça, incorporando, assim, capacidades desumidificantes e de isolamento térmico e acústico.

Em simultâneo, na Igreja de Jesus procedeu-se a uma intervenção de luminotécnica, destinada a melhorar a eficiência energética do edifício e destacar todos os elementos arquitetónicos e decorativos que definam as três naves do templo e da capela-mor.

No exterior, o largo de Jesus, espaço público defronte do edifício conventual, foi totalmente renovado, com a criação de zonas de relva e árvores, e a recuperação e relocalização para a posição original do cruzeiro.