Município de Sesimbra reabilitou Capela de São Sebastião

A Câmara Municipal de Sesimbra inaugurou, 12 de dezembro, as obras de reabilitação da Capela de São Sebastião, o templo mais antigo da vila de Sesimbra, da autoria do arquiteto Armindo Pombo.

O imóvel situado na rua D. Sancho I, foi reabilitado pela autarquia e agora reabre portas à comunidade, com novas funções dedicadas às atividades culturais.

O presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Francisco Jesus, disse que “acabámos por devolver à população o primeiro templo de Sesimbra e o último que faltava reabilitar, no quadro da concha da vila, elogiando o projeto de requalificação “fantástico, cuidado e feito por equipas do município”.

O autarca sublinha que o resultado é de “grande satisfação para todos nós” e “aquilo que nós queremos é ter uma sala que esteja disponível para a comunidade”.

Francisco Jesus disse ainda que em 2024 espera que seja reabilitado o edifício da rua Aníbal Esmeriz já está classificado como Monumento de Interesse Municipal, para a instalação do Centro Cultural Costeiro neste edifício, um polo do Museu de Sesimbra, que irá albergar serviços associados ao museu, uma reserva visitável, laboratórios de conservação preventiva, curativa e restauro, área expositiva, e a própria Mercearia Ideal, que será restaurada com os móveis originais. Outro objetivo no próximo ano é o alargamento da Capelo do Espírito Santo para a área da antiga Farmácia Lopes e a reabilitação do santuário do Cabo Espichel, “o nosso grande ex-líbris que ainda temos para resolver em conjunto com o Turismo de Portugal e a Diocese de Setúbal”.

Poucos sesimbrenses se recordam de entrar na Capela de São Sebastião e ninguém se lembra de aqui assistir a missas, casamentos ou batizados. A ermida deixou de ter culto há mais de um século, foi vendida em hasta pública, foi viveiro de plantas, armazém e esteve quase para ser hospital de isolamento após a gripe pneumónica.

A igreja foi construída em 1484 pelos mareantes e mandadores sesimbrenses em devoção ao S. Sebastião, santo protetor contra a peste e doenças originadas por via marítima. Apenas os registos das visitações das ordens religiosas dão algumas pistas de como seria a capela original.
A Visitação da Ordem de Santiago, em 1516, refere que seria feita de “paredes de pedra e barro, madeira de castanho, [e] ocupava uns modestos 93,7m2”, sabe-se ainda que a capela-mor teria paredes forradas a azulejos.

Após várias reconstruções e usos ao longo de cinco séculos, até chegar ao estado de ruína, a capela foi agora alvo de um cuidadoso trabalho de recuperação que começou em 2017 com sondagens e escavações arquológicas.

Parte da obra foi executada com base em métodos tradicionais, com argamassas à base de cal e areia. No seu interior, a traça original apresenta uma nave ampla, de onde se destaca o arco triunfal, uma peça muito importante de cantaria em pedra do Zambujal.
Junto ao edifício principal foi construída uma capela mortuária, que substituirá as atuais instalações anexas à capela da Santa Casa da Misericórdia, no largo 5 de Outubro.

A Capela de São Sebastião abre portas, transformada num espaço cultural com uma das melhores vistas sobre a vila e o mar.

O investimento total foi de 802 mil euros, dos quais 557 mil euros suportados pelo orçamento da autarquia e 225 mil euros financiados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, no âmbito de uma candidatura apresentada pela Câmara Municipal ao Programa Operacional Regional de Lisboa 2020.