Leonor Freitas: “O sucesso da Casa Ermelinda Freitas deve-se à família, região, equipa e aos consumidores”

Leonor Freitas, sócia-gerente da Casa Ermelinda Freitas: “O sucesso da Casa Ermelinda Freitas deve-se à família, região, equipa e aos consumidores”

A Casa Ermelinda Freitas é um caso de sucesso com milhares de prémios nacionais e internacionais. A empresa sita em Fernando Pó, concelho de Palmela, gerida por Leonor Freitas, vai apostar em vinhos do Douro. Leonor Freitas revela que a campanha das vindimas deste ano foi “óptima” em qualidade e quantidade.

Setúbal Mais – Qual o balanço que faz da campanha das vindimas deste ano?

Leonor Freitas – A vindima de 2019 foi óptima para a região e para a Casa Ermelinda Freitas, em qualidade e muito equilibrada na quantidade. Nestas circunstâncias, podemos afirmar que os vinhos da colheita de 2019 serão grandes vinhos para podermos presentear os nossos consumidores.

S.M. – A Casa Ermelinda Freitas vai lançar ainda novos vinhos até final de 2019?

L.F. – A Casa Ermelinda Freitas, é uma casa dinâmica! Como sempre poderá aparecer mais alguma novidade, mas o segredo é a alma do negócio e também vamos esperar pela opinião do nosso enólogo Jaime Quendera. A mais recente novidade é o “Dona Ermelinda Reserva Branco”. Composto por 3 castas 40% Chardonnay, 30% Arinto, 30% Viognier, é um vinho com cor amarelo esverdeada, aroma com notas de frutos doces e algum citrino, bem integrado com a madeira onde estagiou durante 4 meses. Na boca apresenta-se cheio e cremoso com final elegante e persistente. Excelente para pratos de peixe, saladas, massas e carnes brancas. Aconselha-se guardar durante 6 anos. O teor alcoólico é de 13.5 º vol.

S.M. – Já na parte final deste ano, qual o balanço que faz de 2019?

L.F. – Embora o ano ainda não tenha terminado, para a Casa Ermelinda Freitas continua a ser um ano muito equilibrado entre o crescimento e a qualidade.

S.M.  – A Casa Ermelinda Freitas ganhou o prémio de Melhor Produtor Europeu e outros prémios internacionais. A que se deve o sucesso dos vossos vinhos no mercado internacional?

L.F.O sucesso da Casa Ermelinda Freitas, deve-se à família, à região, à equipa que trabalha diariamente, e aos consumidores que tem preferido os nossos vinhos. A nível internacional o sucesso também corresponde, pois, os nossos vinhos têm ido ao encontro do que os consumidores gostam e também do grande esforço na melhor relação qualidade preço, que a Casa Ermelinda Freitas pratica.

A Casa Ermelinda Freitas, foi eleita “Produtor Europeu de 2019” pelo Sommelier Wine Awards (SWA) que se realiza todos os anos em Inglaterra. É a primeira vez que esta distinção é atribuída a um produtor de vinhos tranquilos português. O mesmo prémio já tinha sido atribuído a um produtor de vinhos da Madeira.

A Casa Ermelinda Freitas acaba de obter o prémio mais alto atribuído pela Federação Internacional de Jornalistas de Vinhos e Bebidas Espirituosas (FIJEV) no Concurso Citadelle du Vin em Bordéus, França, com o seu vinho “Vinha da Fonte Reserva 2016”.

O ano de 2019 não podia estar a correr melhor para a Casa Ermelinda Freitas, que até à data já conquistou 158 prémios, entre os quais, 9 Medalhas de Grande Ouro, 88 Medalhas de Ouro e 48 Medalhas de Prata.

Tantas e tão grandes honrosas distinções atribuídas aos vinhos desta casa com quase 100 anos de existência e com profundas raízes no sul de Portugal, mais propriamente em Fernando Pó na região da Península de Setúbal, são a prova da grande qualidade dos vinhos que produz.

S.M. – A Casa Ermelinda Freitas pretende conquistar novos mercados internacionais? Onde gostaria de vender que ainda não conseguiu?

L.F. – Todos os mercados para a Casa Ermelinda Freitas são importantes, e muitas vezes com algum esforço económico não perdemos a oportunidade de estar nos mercados com pequenos avanços que mais tarde poderão dar grande futuro. O mercado mais recente é o da Nigéria, mas o que gostaríamos de conseguir e ainda é o mercado da Suécia. Mas não vamos desistir pois é com a persistência e muito trabalho que vamos conseguindo conquistar mercado após mercado.

Actualmente a Casa Ermelinda Freitas (CEF), encontra-se em todas as grandes superfícies nacionais, onde se podem encontrar as marcas “Terras do Pó”, “Dona Ermelinda”, “CEF Monovarietais”: Syrah Reserva, Trincadeira Reserva, Touriga Nacional, etc, bem como o “Quinta Mimosa”, a nossa gama de espumantes e o grande precioso produto da região da península de Setúbal o nosso “CEF Moscatel de Setúbal”.

A nível internacional a Casa Ermelinda Freitas já exporta para mais de 33 países em todo o mundo (Europa, Rússia, Brasil, América do Sul, América do Norte, Africa, Ásia, etc…). Actualmente 65% da produção é para o mercado nacional ficando os restantes 35% para o mercado internacional. Felizmente a marca esta cada vez mais nacional e internacional e esperamos que o nosso consumidor continue a preferir os nossos produtos.

S.M. – A Casa Ermelinda Freitas está a apostar também em vinhas do Norte do país. Como está a decorrer esse projecto?

L.F. – A Casa Ermelinda Freitas, tinha há vários anos um sonho de ter alguns hectares noutras regiões nomeadamente no Norte. Estamos a conhecer as novas regiões e podemos dizer que para começar esta a correr muito bem. A “Quinta de Canivães”, na região de Vila Nova de Foz Côa, Douro Superior. Um sonho de longa data concretizou-se em 2018. A Casa Ermelinda Freitas já albergava há muitos anos ter uma quinta no Douro. A oportunidade surgiu e não hesitámos em adquirir a “Quinta de Canivães”, com 30 hectares no total mas apenas 20 hectares de vinha, em bom estado. Entre os vizinhos conta-se a família Nicolau de Almeida, dos vinhos “Monte Xisto”. Com uma adega ‘herdada’ ainda por acabar, as uvas deste ano irão para terceiros, disse-nos Leonor Freitas. Mas é intenção terminar a adega e, quem sabe, vinificar já as uvas de 2019. O enólogo da casa, Jaime Quendera, faz parte desta aventura, naquela que poderá ser a sua primeira incursão a Norte do país.

O ano de 2019 vai ser a primeira vindima, de onde esperamos venham a sair grandes vinhos. A “Quinta do Minho”, na Póvoa de Lanhoso”, que conta com 30 hectares, nasceu em 1990, tendo resultado da fusão de duas propriedades, a “Quinta do Bárrio” e a “Quinta da Pedreira”. A casa principal remonta ao séc. XVIII e tem vindo a ser gradualmente recuperada para apoio a actividades ligadas ao turismo vitivinícola.

O vinho já se encontra no mercado: “Fugaz” (pode ser comprado no Recheio) – Clássico e Ligeiro Loureiro e Trajadura; “Gábia” (pode ser comprado no Pingo Doce) – Clássico e Ligeiro, castas Loureiro e Trajadura; “Porta Nova” (pode ser comprado no Pingo Doce) – Clássico e Ligeiro, castas Loureiro e Trajadura; “Campos do Minho” (pode ser comprado na Sonae) – Clássico e Ligeiro Loureiro e Trajadura; Fugaz, Porta Nova e Gábia 100% Loureiro. Os vinhos do Douro serão os próximos a ser lançados!

Esperamos que estas duas regiões venham complementar o portfólio da Casa Ermelinda Freitas e possamos assim oferecer novos produtos aos nossos consumidores.

S.M.  – A Casa Ermelinda Freitas é um importante produtor e empregador no concelho de Palmela. Como vê o crescimento da marca dos vinhos de Fernando Pó?

L.F. – Estando integrados no concelho de Palmela, e tendo corrido bem o nosso percurso, considero que será uma valorização para o concelho, para toda a região vitivinícola, e Portugal. A nossa grande região de produtora de vinhos que é Fernando Pó fica próxima das grandes acessibilidades tais como Marateca.