José Ornelas foi nomeado pelo Papa Francisco com bispo da Diocese de Setúbal no dia 24 de Agosto de 2015, sucedendo a D. Gilberto Reis, bispo desde 1998. A tomada de posse no passado domingo foi presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente que elogiou o novo bispo de Setúbal.
José Ornelas de Carvalho, de 61 anos e natural da Madeira, foi ordenado bispo de Setúbal numa cerimónia realizada no passado domingo à tarde, na sé da cidade, perante a presença de várias centenas de fiéis e representantes de instituições e entidades, entre as quais a presidente da Câmara Municipal, Maria das Dores Meira. A cerimónia de ordenação de tomada de posse do novo bispo foi presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente.
José Ornelas de Carvalho, natural da Madeira, sucedeu a D. Gilberto Canavarro dos Reis, depois de este ter apresentado a resignação ao Papa Francisco em Agosto devido a atingir o limite de idade. O novo bispo é o terceiro na Diocese de Setúbal, tendo D. Manuel Martins sido o primeiro prelado a assumir o cargo, com ordenação episcopal em 1975 e resignação em 1998.
O cardeal-patriarca de Lisboa disse, na homilia de ordenação de D. José Ornelas, que os diocesanos de Setúbal podem contar com os “comprovados talentos” do novo bispo. D. Manuel Clemente, que assinalou os 40 anos deste território eclesial, afirmou que a Igreja sadina mantém uma “marca grande” que os bispos anteriores deixaram. Tanto D. Manuel Martins como D. Gilberto Canavarro Reis, os dois bispos eméritos da Diocese de Setúbal, continuam a ser “movidos pela força interior do Evangelho”, frisou o patriarca de Lisboa.
Na celebração que contou com dezenas de bispos e padres de outras dioceses, D. Manuel Clemente, salientou que o Sínodo dos Bispos, no qual participou, colocou em destaque o lugar primordial da família e da aprendizagem essencial: “De sermos uns dos outros e uns para os outros”. A “família crente é Igreja doméstica, por isso se alarga na comunidade cristã” e é “ensaio e fermento” do que a sociedade em geral deve ser, “especialmente para quem esteja excluído e só”, adiantou.
A respeito do novo bispo de Setúbal, D. Manuel Clemente elogiou o seu “generoso e fecundo ministério” como religioso da congregação os Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos), com “responsabilidades locais, provinciais e gerais”.
Na primeira saudação aos diocesanos. D. José Ornelas disse que deseja ser acolhido “como irmão e como um dom”, numa nova comunidade que “não é nem quer ser” uma “organização fechada”. “Peço, pois, que me aceiteis como irmão e como um dom. Esses são os sentimentos mais verdadeiros para convosco”, afirmou o novo bispo da Diocese de Setúbal no fim da celebração de ordenação episcopal. “A vós, pois, caros irmãos e irmãs desta Igreja de Deus em Setúbal, peço licença! Peço-vos licença para entrar e fazer parte da vossa comunidade. E peço igualmente que me acolhais como irmão”, acrescentou.
Para D. José Ornelas, “Igreja não é nem quer ser uma organização fechada em si mesma”. “Temos o gosto de ser parte da Igreja de Deus que se estende pelo mundo inteiro”, recordou o bispo de Setúbal, adiantando que a Igreja enfrenta o desafio de não pensar “apenas em si própria”, mas abrir “os olhos e o coração” e sair “ao encontro dos que mais precisam”.
Recorde-se que o novo bispo de Setúbal foi superior geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus entre 2003 e 2015. Foi ordenado sacerdote em 1981 e desempenhou funções de professor de Ciências Bíblicas na Universidade Católica Portuguesa, área em que se doutorou em 1997.
