Homenagem a Eugénio da Fonseca reuniu 150 amigos: Almoço de confraternização na Casa Ermelinda Freitas

Os amigos do professor Eugénio Fonseca promoveram um almoço de confraternização para lhe fazer uma homenagem, pelo seu papel em prol da comunidade, na ajuda aos mais pobres, famílias carenciadas e desempregados.

 

Florindo Cardoso

 

Cerca de centena de meia de amigos do professor Eugénio Fonseca prestaram-lhe uma homenagem no passado domingo, 26 de Março, num almoço de confraternização realizado na Casa Ermelinda Freitas, em Fernando Pó, pelo seu papel em prol da comunidade da região de Setúbal, através da Cáritas Diocesana. Estiveram presentes, a secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, a actual presidente do Centro Distrital da Segurança Social de Setúbal, Natividade Coelho, e a anterior, Ana Clara Birrento, o vereador da Cultura e Desporto da Câmara Municipal de Setúbal, Pedro Pina, o presidente da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, Cândido Teixeira, a presidente da Casa da Poesia de Setúbal e da Associação Cultural Sebastião da Gama, Alexandrina Pereira, e os artistas Clemente, Toy, Deolinda de Jesus e Albano Almeida, entre muitos amigos e familiares do homenageado.

Eugénio da Fonseca, que deixou a Cáritas Diocesana de Setúbal no final do ano passado, mas continua como presidente da Cáritas Portuguesa, mostrou-se bastante emocionado por esta homenagem enquanto cidadão e homem solidário para com a sociedade.

“Não queria que isto acontecesse porque ainda não terminei a minha carreira e não fiz nada daquilo que não estou obrigado a fazer como cidadão e com a responsabilidade maior de ser cristão”, disse Eugénio da Fonseca, agradecendo a todos os presentes e sobretudo aos organizadores do evento.

“Fico reconhecido por tudo aquilo que foi dito aqui” pelos amigos, salientando que “foi um almoço de confraternização, estivemos à mesa como fraternos e irmãos, sendo isso que nos faz crescer, e que perdura para sempre”. “Sem falsas modéstias, digo que ninguém me deve nada, porque só fiz aquilo que teria de fazer”, afirmou, lembrando as suas origens humildes, o pai João que era pescador e a mãe Aurora, operária conserveira, no bairro de Santos Nicolau, onde nasceu em 1957. “Trabalharam muito e com muita humildade e honradez” e “ensinaram-me a viver com aquilo que vem do trabalho, recordou.

“Tenho de agradecer ao meu irmão, com seis anos de diferença, que com a sua inteligência e resistência, rasgou o caminho para que saíssemos daquela pobreza”, afirmou com a voz embargada.

“O grande D. Manuel Martins a quem chamo pai espiritual, foi quem me ensinou a ser cristão, e partilhei histórias de coerência de vida como ele”, recordando as lutas conjuntas, com o então primeiro bispo de Setúbal, na defesa dos desempregados de longa duração e das famílias atingidas pela pobreza.

Eugénio da Fonseca frisou que “é um crime deixar as pessoas que nascem pobres, vivam pobres e que entreguem como herança aos filhos a pobreza, isto não tem que ser assim, basta que tenhamos todos a disponibilidade em distribuir”.

Por sua vez, Leonor Freitas, proprietária da Casa Ermelinda Freitas, salientou que esta homenagem é “verdadeira e sentida”. “Sempre tive muito respeito” pelo professor, admirando a suas “sabedoria e exigência”. “Este senhor sempre foi de grande humanidade para os outros e exigência para com ele próprio”, disse.

Já Pedro Pina destacou que “os homens e as mulheres estão para além das instituições” e “muito obrigado pelos tempos partilhados e a contribuição para esta cidade”.

Alexandrina Pereira lembrou o poema que escreveu sobre Eugénio Fonseca no livro “Somos Setúbal”, onde elogia o papel deste homenageado em prol dos outros.