Herdade da Barrosinha ganha hotel de 4 estrelas

O Hotel da Barrosinha que foi inaugurado oficialmente, a 14 de Novembro, na Herdade da Barrosinha, concelho de Alcácer do Sal, representa um investimento de 5 milhões de euros do fundo de investimento ECS Capital, criando 25 postos de trabalho.

A nova unidade hoteleira de quatro estrelas, com 37 quartos, que abriu portas em Agosto, resulta de um projecto de requalificação de antigas instalações de uma albergaria existente com 14 quartos, da responsabilidade do gabinete de arquitectura Arquisoma Ferreira Pinto & Associados, da empresa de decoração de interiores de Maria João Maia, da Temahouse, criando um ambiente com combinação de estilos de influências agrícola e industrial com uma tednência mais urbana e contemporânea. Este conceito materializa-se na utilização de componentes industriais, alfaias agrícolas e peças rústicas, recorrendo a materiais como o ferro, as madeiras recicladas e o couro, entre outras.

O novo hotel, a que se junta mais seis vilas recuperadas (casas residências de trabalhadores) conta ainda com o restaurante “Sabores da Cozinha”, um ginásio, salas de reuniões, salão adaptado para eventos, piscina exterior e parque de estacionamento.

Carlos Trindade, representante do ECS, salientou que a Herdade da Barrosinha “inicia um novo marco, adequando-se aos novos tempos de mudança, que nos conduziram a rentabilizar e tirar partido do campo, das suas actividades e destes lugares com muita história”, lembrando que o trabalho começou em 2012, com um plano estratégico definido pelos investidores, com o compromisso de “recuperação da empresa, o assumir da sua história e manutenção dos postos de trabalho”.

“Desde logo, os primeiros passos foram a estabilização da componente agroflorestal, com destaque para a vinha e a adega, a que se seguiu a abertura da taberna e das ‘Casas da Barrosinha’ e melhorias no conjunto do edificado e nos espaços verdes, e agora este hotel que queremos que seja um referencial de qualidade”, disse ainda o responsável, acrescentado que se “trata de uma unidade pequena que procurámos enquadrar no conjunto do edificado existente e onde é claramente visível a matriz agroindustrial”.

Carlos Trindade revelou ainda que está prevista a construção de dois aldeamentos turísticos, com capacidade para 200 camas dentro de dois a três anos. Apesar de existir um plano de urbanização para a herdade com 8 mil camas, o responsável assegura que a aposta é na baixa densidade com um desenvolvimento sustentável e inserido na paisagem.

Já o presidente da Câmara Municipal de Alcácer do Sal, Vítor Proença, disse que “hoje é um dia muito feliz para o município” e elogiou “a ousadia e coragem do fundo de investimento para este grande projecto”. “A partir de agora passamos a ter outra resposta de qualidade na oferta”, disse o edil.

Nas imediações do hotel é ainda possível aos hóspedes conhecer a adega, a taberna, recentemente renovada, e a loja onde é possível comprar vinhos, arroz entre outras iguarias produzidas na Herdade da Barrosinha.

A Companhia Agrícola da Barrosinha fundada em 1947, com dois mil hectares, à beira do estuário do Sado, compreende para além do turismo, actividades agrícolas, florestais e cinegéticas, das quais se destacam a produção de arroz, gado bovino, vinhos, cortiça, pinha e caça, empregando 60 pessoas. A facturação actual é de 1,5 milhões com a actividade agrícola mas com a aposta no turismo pode atingir os 2 milhões já em 2020.

Recorde-se que em 2009 foi apresentado o projecto “Barrosinha Nature Farm Resort”, do empresário Simão Soares da Costa, um mega empreendimento turístico que recebeu o selo de “Projecto de Interesse Nacional” (PIN), com um investimento orçado em 600 milhões de euros, que previa um hotel de cinco estrelas com 150 quartos, um quatro estrelas com mais 80 quartos, 11 aldeamentos turísticos de quatro estrelas, com cerca de dois mil fogos, num total de oito mil camas, e um campo de golfe com 18 buracos. Só que faliu e a banca credora acabou por colocar a empresa proprietária do activo no fundo FLIT – Fundo Lazer, Imobiliário e Turismo, que gere dezenas de activos imobiliários e turísticos que deixaram um rasto de dívidas nos bancos, e que é gerido pela ECS Capital, a maior gestora de fundos de recuperação de empresas em Portugal.