Sines e Porto Covo acolhem, entre 20 e 27 de julho, a 24.ª edição do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo, com 43 concertos de quatro continentes. O núcleo de Porto Covo é sede do festival entre 20 e 22 de julho. A partir do dia 23, a música ouve-se na cidade de Sines.
Margareth Menezes, Eliades Ochoa, Melingo, Samba Touré, Groundation, Gyedu-Blay Ambolley, DAM, Mezerg e Mayra Andrade são alguns dos nomes consagrados confirmados nesta edição.
La Muchacha, iLe, Adédèjì, Salvador Sobral, Ana Frango Elétrico e Son Rompe Pera constam da lista de confirmações da nova geração.
Estão representados artistas de 27 países: Argélia, Argentina, Bélgica, Brasil, Burkina Faso, Cabo Verde, Colômbia, Cuba, Espanha (Galiza), EUA, França, Gana, Guiné-Bissau, Jamaica, Mali, México, Moçambique, Nigéria, Palestina, Porto Rico, Portugal, Reino Unido, Síria, Suécia, Suíça, Tanzânia (Zanzibar) e Vietname.
Entre as Américas e África
Em 2024, o FMM volta a ser o retrato sonoro de um planeta multicolor e em movimento.
De uma América Latina com oferta abundante, destaca-se o Brasil, a começar por uma das maiores representantes da música baiana, Margareth Menezes, estrela dos carnavais de Salvador e atual ministra da Cultura do Brasil.
Também do Brasil, vêm a cantora e acordeonista Lívia Mattos, a revelação carioca Ana Frango Elétrico e um representante da diáspora brasileira na Europa, MOMO.
A Argentina apresenta o rock-tango de Melingo e a cumbia da orquestra La Delio Valdez.
Da Colômbia, estreia-se La Muchacha, com a formação El Propio Junte, e regressa o grupo La Chiva Gantiva.
O México está presente com a cumbia punk de Son Rompe Pera e, de Cuba, o FMM recebe Eliades Ochoa, membro fundador de Buena Vista Social Club e um dos mais importantes “soneros” de sempre.
O FMM dá as boas-vindas a iLe, uma das figuras mais importantes da nova música porto-riquenha, e Groundation, banda de reggae formada na Califórnia, mas com contributos jamaicanos.
A África onde se fala o português tem contributos de Cabo Verde (Mayra Andrade, Ferro Gaita), Guiné-Bissau (Fattú Djakité) e Moçambique (banda Moticoma).
Da África Ocidental, chegam o blues-rock do maliano Samba Touré, o afrobeat do nigeriano Adédèjì e duas versões da música do Gana: o highlife jazzístico de Gyedu-Blay Ambolley e o cruzamento do highlife com o gospel Frafra de Florence Adooni.
O taarab contemporâneo de Siti & The Band representa o arquipélago de Zanzibar, Tanzânia.
Europa, Ásia e cruzamentos
A música de Portugal surge, novamente, em formato diverso.
O lado mais tradicional é assegurado por José Manuel David, o fado é trazido por Duarte e a riqueza da música popular portuguesa é ilustrada pelo grupo Cara de Espelho.
Também de Portugal, estão programados o projeto de JP Simões sobre José Mário Branco, as aventuras de Salvador Sobral, o rock lírico de Três Tristes Tigres e os sons do “afronauta” Prétu – Xei di Kor.
As ligações portuguesas a África estão vincadas no concerto da Orquestra Locomotiva, com composições e participações do moçambicano Joni Schwalbach e do cabo-verdiano Vasco Martins.
Da Galiza, descobrimos o duo folk Caamaño & Ameixeiras e, de França, a dança eletroacústica de Mezerg, o electro folk de Red e o rock de Komodrag & the Mounodor.
A formação de jazz suíça Orchestre Tout Puissant Marchel Duchamp e a banda de rock psicadélico sueca Dungen são mais duas propostas europeias.
Como ponte musical para outros continentes, a Europa traz ao festival o coletivo Mestizo (Reino Unido / Colômbia) e dois trios: Avalanche Kaito (Bélgica / Burkina Faso) e Mademoiselle (França / Argélia).
Sofiane Saidi, um dos membros argelinos de Mademoiselle, repete a presença num concerto a solo.
O Levante diz presente com o hip hop de DAM (Palestina), o registo indie de Haya Zaatry (Palestina) e a dança dabke de Rizan Said (Síria).
Da cidade de Ho Chi Minh, Vietname, visita o festival a banda Saigon Soul Revival, um regresso à cena alternativa de Saigão anterior a 1975.
Iniciativas paralelas
Além do programa de concertos, o FMM Sines oferece em 2024 um programa de iniciativas paralelas, onde o festival se estende por outras artes, promove a reflexão, ocupa o espaço público e encontra a natureza.
Nas artes plásticas, o público que estiver em Sines durante o festival poderá visitar a exposição “Thalassa! Thalassa! O mar e o Mediterrâneo na obra de Sophia de Mello Breyner Andresen”, que põe em diálogo obras da Coleção da Caixa Geral de Depósitos com as palavras da escritora. É uma organização conjunta do Panteão Nacional, Culturgest – Fundação Caixa Geral de Depósitos e Câmara Municipal de Sines, com curadoria de Isabel Inácio e Santiago Macias.
Na dança, o auditório do Centro de Artes de Sines recebe a 23 de julho o espetáculo de dança “Concerto n.º 1 para Laura”, onde Sílvia Real mergulha na sua memória de três décadas de repertório.
Em 2024, nos 50 anos do 25 de Abril, o festival convida a refletir sobre “A Cultura e a Arte depois do Colonialismo”. No dia 23 de julho, António Brito Guterres modera uma conversa sobre este tema onde participam Flávio Almada, Vítor Belanciano e Nael D’Almeida.
Na narração oral, haverá três sessões no exterior do Centro de Artes de Sines: O Grito – Contos sem Censura, pelas Trovadoras Itinerantes, no dia 25; “Todos Contam”, por Cristina Taquelim e Paula Cusati, no dia 26; e “Histórias que as Árvores Contam”, por Ana Sofia Paiva, no dia 27.
A tradição do cordel, originária do nordeste do Brasil, pelo grupo Depois das Cinco, repete a presença no FMM Sines em 2024 com três apresentações, este ano em Porto Covo.
O parceiro principal do FMM Sines, a Fundação INATEL, volta a animar o espaço público. A festa nas ruas começa com Skalabá Tuka, no dia 20 de julho, em Porto Covo. Entre 24 e 27 de julho, há arruadas no centro histórico de Sines, com Viv’Afolia (dia 24), Funk You Brass Band (dia 25), Gooze (dia 26) e Al-Fanfare (dia 27).
Também de 24 a 27, a Fundação INATEL organiza atividades desportivas na Praia e Av. Vasco da Gama.
Outros parceiros do festival, o Laboratório de Ciências do Mar (CIEMAR) da Universidade de Évora e o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, mobilizam alguns dos seus investigadores para fazer divulgação científica sobre a biologia costeira de Sines. É mais uma edição do programa Entremarés.
Um clássico do FMM, os ateliês para crianças com artistas do FMM Sines regressam ao Pátio das Artes de 24 a 27 de julho, sempre às 11h00, com Joni Schwalbach + Vasco Martins (dia 24), Sofiane Saidi (dia 25), Fattú Djakité (dia 26) e Moticoma (dia 27). Uma iniciativa para crianças entre os 6 e os 12 anos.
Entre 25 e 27 de julho, realiza-se a atividade “O Outro FMM”, três visitas aos bastidores do Castelo.
Para os bebés, realiza-se a 27 de julho, às 10h00, no Centro de Artes de Sines, o espetáculo “Ser o que Eu Quiser”, por Ana Sofia Paiva.
No dia 24 de julho, no Centro de Artes de Sines disponibiliza a oficina “Gravura – Novos Suportes Alternativos”, por Ana Salomé Paiva.
Uma menção final à Feira do Disco, do Livro e do Cartaz, que acontece de 24 a 27 de julho, no edifício do Centro Cultural Emmerico Nunes, com os parceiros Compact Records, Tradisom e O Homem do Saco.
Sobre o FMM Sines
O FMM Sines – Festival Músicas do Mundo é um festival de música realizado desde 1999 no concelho de Sines, Costa Alentejana. Adotando “Música com espírito de aventura” como assinatura, define-se por uma programação universalista apresentada em cenários históricos e urbanos, próximos de uma costa com paisagem protegida.
O FMM Sines venceu o prémio EFFE Award 2017, atribuído pela European Festivals Association. Entre 2016 e 2024, recebeu 13 prémios Iberian Festival Awards, sete ibéricos e seis nacionais. O prémio mais recente foi o prémio Iberian Festival Award 2024 para Melhor Programa Cultural.
O FMM Sines é organizado pela Câmara Municipal de Sines. A Fundação INATEL é o parceiro principal e a Galp é o patrocinador principal.
Para informações sobre bilhetes e entradas, ver www.fmmsines.pt/pages/939.