Daniel Moedas, diplomado da Escola Superior de Saúde do Politécnico de Setúbal (ESS/IPS), faz parte como fisioterapeuta da equipa de profissionais de saúde por detrás dos resultados históricos alcançados recentemente por Portugal nos Mundiais de Natação, em Doha, no Qatar.
O nadador Diogo Ribeiro conquistou duas medalhas de ouro na prova dos 50 metros mariposa, sendo o primeiro título mundial de sempre para Portugal em natação pura, e depois nos 100 metros mariposa, fixando em 51,17 segundos o recorde nacional. Ao ouro duplo de Diogo Ribeiro, junta-se ainda a medalha de bronze de Angélica André, conquistada nos 10 quilómetros femininos nas águas abertas, numa prestação que veio trazer um novo olhar sobre a modalidade em Portugal.
“Sinto-me bastante orgulhoso e gratificado por fazer parte de um capítulo histórico para a natação portuguesa. Ser parte de uma equipa que alcança o sucesso é uma experiência motivadora. Não existe maior senso de orgulho e de dever cumprido quando um atleta com quem trabalhamos diariamente alcança os seus objetivos e celebra connosco as suas vitórias”, afirma o fisioterapeuta da Federação Portuguesa de Natação (FPN), em reação ao desempenho dos nadadores.
Daniel Moedas licenciou-se em Fisioterapia em 2017 e dedicou-se à fisioterapia do desporto, tendo passado pelo Futebol Clube Barreirense e pela União FisioDesportiva “Palmela Desporto”, antes de ingressar na FPN em 2018.
Em nome da profissão que representa, o profissional de saúde sublinha o “papel multifacetado e abrangente” do fisioterapeuta no desempenho de um atleta de alta competição, neste caso de um nadador, pela sua intervenção ativa em áreas tão diversas como minimização do risco de lesão, reabilitação de lesões, melhoria do desempenho desportivo e gestão da dor.
Em relação à modalidade que lhe cabe acompanhar, considera também que os resultados históricos recentemente alcançados já contribuíram para “o aumento da popularidade e mediatismo da natação”, com Diogo Ribeiro, por exemplo, a ser capa de um jornal desportivo por três vezes, “o que nunca tinha acontecido”. “Espero que tal resulte num maior número de pessoas a praticar natação, promovendo a continuidade do alto rendimento por gerações futuras. Também espero que o sucesso possa atrair patrocinadores e investidores interessados em associar as suas marcas, pois a realidade é que o financiamento disponível não é o ideal e existe definitivamente um potencial de crescimento para a modalidade em geral”.
Recordando a instituição de ensino onde se formou, Daniel Moedas salienta ainda que esta o preparou para os desafios que hoje enfrenta, através do “conhecimento teórico e prático, dos estágios clínicos, da abordagem multidisciplinar, do desenvolvimento de capacidades de comunicação e liderança, bem como da ênfase dada para o desenvolvimento profissional contínuo”.
Numa vertente mais pessoal, a experiência de licenciatura na ESS/IPS deu-lhe também, conclui, “oportunidades únicas para desenvolver capacidades como resiliência e capacidade de adaptação, fulcrais ao meu quotidiano” e um ambiente académico e clínico que lhe permitiu “criar relações interpessoais, tanto com colegas como com professores/orientadores clínicos, que sempre foram uma fonte de apoio e orientação ao longo da minha carreira profissional”.