D. Américo Aguiar tomou posse da igreja que o papa lhe atribuiu em Roma

O cardeal Américo Aguiar tomou posse, a 3 de novembro da Igreja de Santo António de Pádua, em Roma, igreja que foi concedida a Américo Aguiar pelo Papa Francisco, na altura da sua criação como cardeal, em 30 de Setembro.

Na homilia, o bispo de Setúbal recordou “todos os dias e noites em que, na preparação e durante a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa”, foram vividas “vigílias, muitas vezes árduas e exigentes”.

“Mas depois, Cristo vivo permitiu-nos fazer a bela experiência, que trazemos no coração, de tantas recordações, tantos testemunhos e tanta esperança. Por isso, gostaria de recordar as palavras que o nosso querido Papa Francisco partilhou connosco há alguns dias: ‘Obrigado pelo que fizestes’”, firmou Américo Aguiar, perante muitos portugueses que participaram na preparação da JMJ Lisboa 2023, que decorreu na capital portuguesa em agosto.

O cardeal deixou o desejo de que os dias passados em Roma e Assis pela delegação portuguesa que foi agradecer ao Papa a JMJ em Lisboa “possam dar um novo impulso ao (…) empenho missionário, para que, com a simplicidade de Santo António, (…) Cristo vivo chegue a ‘todos, todos’”.

Esta missa foi o último ponto do programa que levou a Roma centenas de pessoas, entre voluntários, parceiros empresariais e responsáveis da Igreja e das entidades públicas envolvidas na organização da JMJ, tendo sido recebidos na quinta-feira em audiência pelo Papa Francisco.

Na ocasião, o pontífice agradeceu a todos os que contribuíram para fazer da JMJ Lisboa 2023 “um núcleo de evangelização forte, de alegria e de expressão juvenil”.

Durante a audiência, em que participaram os cardeais Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa) e Américo Aguiar (presidente da Fundação JMJ 2023 e bispo de Setúbal), bem como os bispos Rui Valério (patriarca de Lisboa) e Joaquim Mendes (auxiliar do Patriarcado), referiu-se a Américo Aguiar como “um cardeal especial, um pouco ‘enfant terrible’”, e homenageou o trabalho dos que contribuíram para o sucesso da JMJ.

Na missa na Igreja de Santo António de Pádua, em Roma, Américo Aguiar alertou para o risco de se pensar que “estes dias [em Roma e Assis] são a conclusão dessa Jornada [JMJ]”.

“Se pensamos desse modo, estamos profundamente enganados: a Jornada continuará, nos nossos corações, nas nossas comunidades e na vida daqueles que cruzaram os nossos caminhos”, afirmou o mais jovem cardeal português, que não perdeu a oportunidade de sublinhar, com algum humor, a origem do patrono da basílica de que tomou posse.

“Hoje, é-me dada a graça de tomar posse do título de cardeal desta Basílica de Santo António. Temos um problema: ele é de Lisboa, embora o título o chame de Pádua. Resolveremos o problema com fraternidade e comunhão na oração!”, disse Américo Aguiar.

De salientar que o Papa Francisco recebeu, a 30 de novembro, uma delegação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, na Sala Paulo VI, Vaticano. A delegação inclui 35 elementos da Diocese de Setúbal, das várias estruturas da organização, bem o Cardeal D. Américo Aguiar, Bispo de Setúbal e coordenador-geral do evento internacional decorrido em agosto.

Na sua mensagem aos jovens, o Sumo Pontífice agradeceu e elogiou a colaboração de todos: “Vós, fortes, com o auxilio de muitos e uma graça extraordinária de Deus, não nos desiludistes”.

“Não deixeis que nada se perca do que nasceu, cresceu e frutificou naquela JMJ”, apelou o Santo Padre.

“Obrigado pelo que vocês fizeram. Obrigado por todos os andaimes que vocês forneceram para que a Jornada da Juventude pudesse ser o que foi: Um núcleo de forte evangelização, de alegria, de expressão jovem. Trago do encontro de Lisboa uma emoção muito grande e também a lembrança das pessoas simples que deram o seu ombro de baixo para cima”, disse o Papa Francisco, de forma espontânea à delegação portuguesa.