Comissões de Utentes do Litoral Alentejano solidárias com greve dos médicos

A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano manifesta-se “totalmente solidária com a luta dos médicos”, nomeadamente com a greve dos mesmos, a realizar nos próximos dias 17 e 18 de outubro.

As Comissões de Utentes do Litoral Alentejano têm denunciado “regularmente, a alertar para as graves consequências para a população, da profunda degradação dos serviços públicos de saúde, com a falta de médicos nos Centros de Saúde da região e no Hospital do Litoral Alentejano, mas também com a falta de equipamentos e de material médico e com a agravante do aumento brutal dos custos para os Utentes”.

“Queremos apelar a todos os médicos que tão gravemente têm vindo a ser afectados no seu profissionalismo e na sua dignidade” a “juntarem-se a esta acção de luta pelos aumentos salariais, pela valorização das carreiras, pelas 35 horas, pela dedicação exclusiva, pela redução do número de Utentes por cada Médico de Família, entre outras necessidades prementes”.

Os utentes sublinham “os exemplos da Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano em que cerca de 25.000 Utentes não têm Médico de Família, a existência de apenas 1 Médico Neurologista no HLA, 1 Médica Ginecologista para todas as Mulheres da Região, para os mais de 100.000 Utentes da Região, a ausência gritante da Maternidade na Região há várias décadas”.

“Queremos, ainda, apelar a todos os Utentes para que tenham a devida compreensão, nesta Acção de Luta que todos os Médicos vão promover, será sempre em defesa de melhores condições para os Utentes e também um melhor Serviço Nacional de Saúde”, referem, em comunicado.

A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral Alentejano reitera “a total solidariedade com os Médicos em Greve, e reivindica, ainda que o Governo/Ministério da Saúde contrate definitivamente o número de Médicos em número suficiente para preencher as respectivas vagas e colmatar as necessidades da região; adoção de medidas que atraiam Médicos para esta zona carenciada, com abertura de concursos com dedicação exclusiva e também com incentivo remuneratório, condições de trabalho e formação contínua; abertura de concursos Médicos para ocupação de vagas de Assistente Graduado Sénior para o H.L.A. de modo a otimizar a idoneidade na formação de novos Médicos Internos que serão o futuro na continuidade do SNS; pela Urgência Pediátrica do HLA ser assegurada por Médicos Pediatras, 24 horas; colocação de Médicos de Família em todas as Extensões de Saúde, com periodicidade regular; colocação em funcionamento de um Serviço de Consulta Aberta de Agudos, vulgarmente designado de Serviço de Atendimento Permanente do Centro de Saúde de Grândola, garantindo o funcionamento 24 horas por dia, dotando o Centro de Saúde dos necessários recursos para o efeito, cumprindo assim a Resolução da Assembleia da República nº 57/2011; pelo cumprimento da Lei dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos em Consultas, Cirurgias e Exames em toda a Unidade Local de Saúde do Litoral Alentejano; pelo fim da privatização do Serviço de Imagiologia no HLA e passagem para a gestão da ULSLA, e a aquisição de um aparelho para realizar o exame ressonância magnética, a fim de terminar que os Utentes tenham que realizar mais de 300 kms para a realização deste exame; pela passagem da ULSLA Entidade Pública Empresarial para o Sector Público Administrativo; pelo fim das Parcerias Público Privadas; pela erradicação da precariedade; pela abolição das Taxas Moderadoras; um Serviço Nacional de Saúde Universal, Geral e Gratuito, pilar fundamental para um modelo de desenvolvimento que se quer justo e solidário”.