Comissão Europeia aponta Politécnico de Setúbal como exemplo de “cooperação universidade-empresa”

Um relatório recentemente divulgado pela Comissão Europeia sobre as dinâmicas de cooperação entre a academia e o tecido empresarial elogia o exemplo dos “laboratórios vivos” promovidos pela aliança universitária E³UDRES² e a sua concretização em Portugal, sob coordenação do Politécnico de Setúbal (IPS).

No documento, os chamados I Living Labs, um dos conceitos desenvolvidos por este consórcio europeu cofundado pelo IPS em 2020, são apontados como uma das boas práticas nas áreas da inovação, investigação e educação, na medida em desafiam equipas internacionais e interdisciplinares de estudantes a encontrarem soluções inteligentes e sustentáveis para problemas reais, colocados por parceiros regionais.

O relatório “Cooperação Universidade-Empresa: iniciativas a nível da UE e implementação no terreno” exemplifica a escolha com um I Living Lab desenvolvido em 2022, tendo como temática o contributo das microalgas e da robótica para a agro-valorização. O laboratório, coordenado pelo IPS em parceria com a Universidade Politécnica de Timisoara, na Roménia, partiu de um desafio lançado por profissionais da indústria vinícola e do cultivo de microalgas, que procuravam soluções para valorização de subprodutos e otimização de processos, através da robótica.

“As equipas de estudantes internacionais conseguiram oferecer duas soluções para monitorizar e otimizar o processo de crescimento de microalgas, tanto em ambiente laboratorial como de utilização industrial alargada”, descreve o documento, sublinhando o “impacto positivo” deste laboratório para a agroindústria e, de uma forma global, para a sustentabilidade dos recursos alimentares produzidos na região.

Para Raquel Barreira, pró-presidente e coordenadora da aliança no IPS, esta menção da Comissão Europeia representa “o reconhecimento externo das nossas práticas de inovação pedagógicas, o que, aliado ao ótimo retorno que temos recebido por parte dos nossos estudantes, docentes e parceiros regionais que têm participado nos laboratórios vivos, vem reforçar a nossa confiança na implementação deste tipo de abordagens”.

Sobre os I Living Labs da aliança universitária E³UDRES², a Comissão Europeia realça ainda o caráter inovador da metodologia de trabalho usada, com supervisão dos chamados “empreendedores educacionais”, cuja função é orientar os estudantes no processo de cocriação, de acordo com método de design thinking, estimulando-os a desenvolver competências para o futuro.