CDU perde presidência da Assembleia Municipal de Palmela: Oposição uniu-se para eleger o socialista José Carlos Sousa

O socialista José Carlos Sousa foi eleito presidente da Assembleia Municipal de Palmela, em resultado de um acordo entre todos os partidos da oposição (PS, PSD e MCCP – Movimento Cidadãos pelo Concelho de Palmela), derrotando assim a candidata da CDU, Ana Teresa Vicente, que concorria para o seu terceiro mandato, após votação para a constituição da mesa deste órgão autárquico, realizada a 19 de outubro, no Cine-Teatro S. João.


Pela primeira vez, um socialista ocupa a presidência da mesa deste órgão autárquico de Palmela desde as primeiras eleições autárquicas, há 45 anos. A acompanhá-lo estão Ana Sofia Costa (MCCP), como primeira secretária e Dulce Marques, do PS, como segunda secretária.


O PS (a segunda força política mais votada no concelho), o MCCP (liderado pelo antigo presidente Carlos de Sousa) e o PSD, que no total conquistaram 16 mandatos, chegaram a acordo derrotando a CDU, com 12 mandatos. A votação foi feita por lista e MCCP e PSD viabilizaram, a eleição da proposta socialista, encabeçada por José Carlos Sousa, que obteve 18 votos a favor: os 16 somados de PS, MCCP e PSD, além de mais dois (o Chega tem 2 deputados e o Bloco de Esquerda tem 1). A lista da CDU, encabeçada por Ana Teresa Vicente, presidente cessante, recolheu apenas 12 votos favoráveis (todos CDU). Foi ainda registado um voto em branco.


Carlos Vitorino, da bancada do PSD, refere que “na instalação da Assembleia Municipal de Palmela a responder aos ‘democratas do costume’, que ficaram muito aborrecidos por terem perdido uma eleição, neste caso para a presidência da Assembleia Municipal”, desejando ao presidente eleito, José Carlos Sousa, “votos de um bom trabalho e que pugne por fazer da Assembleia Municipal um verdadeiro órgão fiscalizador da ação do executivo municipal”.


Já o vereador Luís Miguel Calha, da CDU, considera que com esta eleição “a democracia está de luto, no nosso concelho”.
“Foi um triste espetáculo assistir à forma como decorreu a eleição da mesa da Assembleia Municipal, em que a presidente a quem a maioria dos eleitores confiou o seu voto não foi eleita, tal como os secretários da mesa da assembleia. Sim, repito: a Democracia está de luto no nosso concelho de Palmela”, disse o autarca. “A vontade das populações, que preferiu o voto à abstenção, foi desrespeitada. Mas a CDU continuará determinada, sempre na primeira linha da defesa intransigente do desenvolvimento local e da crescente melhoria da qualidade de vida das pessoas. A minha homenagem e respeito sinceros à Ana Teresa Vicente. A nossa luta ficou mais forte do que nunca”, conclui.


Recorde-se que no mesmo dia também decorreu a cerimónia de tomada de posse da Câmara Municipal de Palmela, que marcou o início de um novo ciclo de trabalho autárquico 2021/2025. O presidente do Município, Álvaro Balseiro Amaro, reeleito pela CDU, para o terceiro mandato, afirmou que inicia funções “com energia, com foco e com a tranquilidade de quem quer trabalhar com as pessoas”. “Acredito que todas e todos estão imbuídos deste espírito e que, em conjunto, seremos capazes de criar coisas bonitas para este concelho e de corresponder às expetativas e à confiança que a população depositou em nós”, realçou o edil.

Álvaro Balseiro Amaro disse que o projeto de desenvolvimento apresentado tem “uma visão muito concreta para o concelho, com políticas de continuidade, por um lado, que permitam continuar a trilhar o caminho de boas contas, redução de impostos e taxas, criação de emprego qualificado, coesão social e territorial”.