Arte feita de beatas de cigarro em Setúbal

Exposição de Ana Quintino patente do átrio da ESE/IPS até ao fim de Outubro.

“Isto é para toda a gente que não quer ver o que o seu desleixo faz. Isto é para todos os que se esqueceram de contar com as consequências”. É neste tom provocatório que a artista plástica Ana Quintino apresenta a sua mais recente exposição, ontem inaugurada no átrio da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (ESE/IPS), a partir de milhares de beatas de cigarro recolhidas em Setúbal ao longo do ano de 2017.

Sob o título “Caminho Profundo – Cigarro que arde, Beata que polui”, a mostra vai estar patente até ao final de Outubro, reunindo peças de escultura e pintura que pretendem ser uma chamada de atenção para um gesto que nos habituámos a ver como inocente e corriqueiro, mas cujas consequências, sabemos agora, podem ser devastadoras para o planeta. Parte da matéria-prima utilizada provém da campanha #stbsempontas, promovida pela associação ambientalista Feel4planet, mais concretamente das 11 ações de recolha realizadas ao longo do ano de 2017.

Entre a “beleza” da arte e o “horror” dos danos causados a todos os seres vivos, incluindo o Homem, a exposição da artista setubalense recebe o apoio do IPS, no âmbito da sua política de sustentabilidade e do projeto IPSEco, que está em curso com um conjunto de intervenções para a promoção de boas práticas ambientais, junto da sua comunidade académica e, lá fora, da comunidade alargada da região de Setúbal.

Por esse trabalho o IPS e as suas cinco escolas vão receber, já no próximo dia 18 de Outubro, sexta-feira, em Guimarães, a Bandeira Verde Eco-Escolas, distinção atribuída pela Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE), entidade que gere em Portugal esta rede internacional de educação para o desenvolvimento sustentável.